Inícios das discussões aconteceu em meio à polêmica com a advogada de defesa do produtor, que escreveu um artigo de opinião sobre o caso na revista Newsweek. O produtor Harvey Weinstein REUTERS/Andrew Kelly/File Photo O júri no julgamento do ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein por estupro terminou o primeiro dia de deliberações na terça-feira (18). O júri composto por sete homens e cinco mulheres em Manhattan começou suas discussões após o juiz responsável pelo caso alertar a principal advogada de defesa de Weinstein, Donna Rotunno, para que não conversasse com a imprensa até que os jurados chegassem a um veredito. O aviso acontece dois dias depois de a advogada escrever um artigo de opinião sobre o caso na revista Newsweek. "Eu alertaria sobre os tentáculos de sua avalanche de relações públicas", afirmou o juiz James Burke a Rotunno. Rotunno disse a Burke que o artigo opinativo, publicado no sábado e intitulado "Jurados no caso do meu cliente Harvey Weinstein devem olhar além das manchetes" não tinha a intenção de se dirigir ao júri diretamente. "É um artigo opinativo editorial sobre o sistema de jurados como um todo, sobre o sistema de justiça criminal como um todo", disse a advogada. A promotora Joan Illuzzi pediu que Burke revogasse a fiança de Weinstein e o aprisionasse, dizendo que o magistrado deveria ter aprovado o artigo da Newsweek, que segundo ela "chega perto de manipular o júri". O juiz não acatou o pedido. Acusações Weinstein, de 67 anos, se declara inocente da acusação de estupro contra a ex-aspirante a atriz Jessica Mann e de agredir sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi. Desde 2017, mais de 80 mulheres acusaram Weinstein de má conduta sexual. Weinstein, que produziu filmes como "O Paciente Inglês" e "Shakespeare Apaixonado", nega ter feito sexo não consensual. Seu julgamento é amplamente visto como um marco no movimento #MeToo, no qual mulheres acusam homens poderosos no ramo de negócios, entretenimento, mídia e política de conduta sexual inapropriada.