Next: no quarto trimestre, foram realizadas mais de 126 milhões de transações no banco digital, alta de 20% ante o trimestre anterior (Bradesco/Divulgação)
São Paulo – Com 2 milhões de clientes, o banco digital Next será apartado do Bradesco ainda no primeiro semestre. A medida deve reduzir os custos operacionais da fintech que hoje, por estar diretamente conectada ao segundo maior banco privado do país, precisa atender as mesmas exigências de capital e seguir as mesmas regras regulatórias.
“Vamos separar totalmente, vai ter CNPJ próprio, linhas de negócio próprias. O Bradesco será apenas o controlador”, afirma Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, em teleconferência de resultados de 2019.
Com isso, a expectativa é chegar a 3,5 milhões de correntistas até o fim do ano. “Estima-se que cada cliente represente 1000 dólares, o que indica que o Next pode atingir quase 4 bilhões de dólares em valor de mercado em 2020. Não sei se é suficiente para fazer abertura de capital”, diz. “Mas, se aparecer um investidor estratégico, não tenho nada contra. Não para injetar capital, porque isso nós temos. Mas para agregar tecnologia ou outro benefício estratégico.”
Como toda fintech, Next precisa se provar rentável. A expectativa é que, em 2020, o banco digital fique no zero a zero — nem lucro nem prejuízo. No ano passado, o Bradesco fez um aporte da ordem de 250 milhões de reais a 270 milhões de reais no banco digital. “O plano é que passe a dar lucro no ano que vem”, comenta Lazari.
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O executivo diz ainda que, diferentemente de outras fintechs, o Next é um banco digital completo. O cliente pode solicitar todo tipo de empréstimo, pode conversar com consultor de investimento e ainda pode pagar suas contas.
“Todo cliente de banco digital é primeiramente cliente de um banco grande, seja ele Bradesco, Itaú, Banco do Brasil… queremos ter primazia. Sempre teremos concorrência e isso é saudável”, afirma. “Não fossem as fintechs, não estaríamos nesse ponto (de evolução) com o Next.”
Balanço de 2019
O Next alcançou a marca de 1,8 milhão de contas no ano passado, sendo que 77% dos novos correntistas não eram clientes do Bradesco. No quarto trimestre, foram realizadas mais de 126 milhões de transações, alta de 20% ante o trimestre anterior. Já as transações feitas por cartão de débito cresceram 45%, enquanto as de cartão de crédito avançaram 26% em comparação com o terceiro trimestre.