Wagner Giovanini, da Compliance Total: extensão dos padrões éticos para as cadeias de negócios (Omar Paixao/Divulgação)
Depois que o vazamento de mensagens trocadas entre membros da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba levantou dúvidas sobre os métodos de investigação e punição de corruptos, aumentou também o questionamento sobre o legado da operação. Mas, para além das 244 condenações de 154 envolvidos em ilicitudes e dos 5 bilhões de reais recuperados com delações premiadas e acordos de leniência, a percepção geral no mundo dos negócios é que a preocupação em seguir as leis e regras éticas cresceu.
Inicialmente foram as grandes corporações que adotaram novas práticas. Dois anos após a implementação pelo Rio de Janeiro da primeira lei que exige o cumprimento de programas de integridade por fornecedores do governo, a adesão das pequenas está avançando.
“Se uma empresa demanda dos parceiros os mesmos padrões a que obedece, centenas ou milhares de organizações que talvez nem pensassem no assunto são estimuladas a agregar esforços na construção de um Brasil melhor”, diz Wagner Giovanini, sócio da consultoria Compliance Total, uma das maiores do país na área, com clientes como a petroleira Petrobras e a empreiteira UTC.
Funcionário da Siemens por 30 anos e responsável pelo sistema de compliance da companhia de tecnologia alemã no Brasil até 2015, ele está lançando um site que permite que empresas de qualquer porte criem e administrem seu programa personalizado de integridade com a ajuda de tutoriais, a Compliance Station.