Pão de Açúcar: a aposta são lojas com produtos mais premium e foco em alimentos frescos (Germano Luders/EXAME)
O GPA (Grupo Pão de Açúcar) passou os últimos anos reformando seu portfólio de lojas, com foco no crescimento de sua marca de atacarejo Assaí. Enquanto isso, as outras marcas alimentares da empresa cresceram menos organicamente. Agora, o GPA volta a olhar para a expansão dos mercados Pão de Açúcar. “Nos últimos anos, investimos no crescimento acelerado do Assaí e tivemos uma posição defensiva no multivarejo, para ajustar o portfólio”, afirmou Peter Estermann, presidente do grupo, em coletiva com jornalistas.
No ano que vem, a empresa espera abrir de seis a sete unidades do supermercado Pão de Açúcar e 50 mercados Minuto Pão de Açúcar, além de conversões de outros formatos. Há hoje 185 supermercados Pão de Açúcar, mesmo número que no terceiro trimestre de 2017. “Faz muito tempo que não há abertura orgânica do Pão de Açúcar”, disse. “Assaí já se transformou em um modelo replicável e acreditamos que o mesmo pode acontecer com o Pão de Açúcar.”
A aposta é nas lojas chamadas Geração 7 do Pão de Açúcar, com produtos mais premium e foco em alimentos frescos, que trazem receitas e margens maiores. As lojas também estarão integradas às novas startups do GPA, o aplicativo de entregas James Delivey e o de gastronomia Chef Time.
Para suportar parte dessas aberturas na cidade de São Paulo, será usado o centro de distribuição da cidade, que hoje funciona com dois turnos e tem capacidade para operar 24 horas por dia. O CD também deverá atender o comércio eletrônico, que devem dobrar de tamanho no ano que vem.
Já em outras regiões, a companhia também irá abrir novos centros de distribuição acoplados a lojas Hipermercado Extra, chamadas de e-stores, a exemplo da inauguração recente no Rio de Janeiro. Além de fornecer estoque para as compras online, os pequenos CDs podem servir como estoque de cerca de 15 lojas de proximidade.
Em 2020, o investimento do grupo deverá ser em torno de 1,8 bilhão de reais, alocado principalmente na expansão orgânica, nas conversões e em tecnologia. O valor é semelhante ao desembolsado neste ano. O GPA teve receita bruta acumulada de 42,6 bilhões de reais no acumulado ano.
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Extra e Assaí
A marca Extra não deve ter crescimento orgânico em 2020. Pelo contrário: há cerca de 25 unidades de supermercado Extra com potencial para serem convertidas em Assaí.
Já o Assaí, principal fonte de expansão durante os anos de crise econômica, deve continuar crescendo. Responsável por mais de metade do faturamento do grupo, a expectativa é que a marca, hoje com receitas de 28,9 bilhões de reais nos últimos doze meses, chegue a 50 bilhões nos próximos dois anos.
A marca, que passou de 107 unidades em 2016 para 153 em 2019, se expandiu amparada tanto em aberturas orgânicas quanto conversões de Hipermercados Extra.
O formato deu tão certo no Brasil que irá chegar a novos mercados no ano que vem, com a primeira inauguração do Assai na Colômbia. A operação será feita em conjunto com a Éxito, grupo colombiano que também pertence ao Casino, controlador francês do GPA.
O Casino está reestruturando seus ativos em todo o mundo e propôs um plano que inclui a compra pela brasileira da rede colombiana Éxito. O GPA iniciou a Oferta Pública de Ações e deve finalizar a incorporação em breve.
Combinadas, as duas empresas terão faturamento superior a 70 bilhões de reais em 2019 e mais de 150 mil funcionários.