O metrô da cidade, conhecido como palácio subterrâneo, foi inaugurado na era Stalin e é cheio de luxo com esculturas, mosaicos e construções em mármore. Metrô de Moscou encanta como um palácio subterrâneo
Nas Crônicas do JH deste sábado (7), os repórteres Pedro Vedova e Ross Salinas mostram como o motivo de o metrô de Moscou, na Rússia, ser conhecido como um palácio subterrâneo.
Isso aqui não é um metrô, é uma máquina do tempo.
A construção começou em 1930 – essa bela senhora já tem quase 90 anos. A ideia extravagante foi de Josef Stalin.
O líder soviético quis mostrar o poder do comunismo. A ordem aos arquitetos foi: uma estrutura que indicasse um futuro radiante.
Esse passado pomposo é até hoje um orgulho russo. Milhões de turistas ficam boquiabertos com tanta limpeza; com tanta beleza.
Um único bilhete, dá pra zanzar o dia inteiro pelo chamado Palácio Subterrâneo. Coisa de três reais pra se perder em mosaicos e vitrais de profundo capricho.
A estação mais subterrânea fica a mais ou menos 80 metros do chão. Para subir ou descer a escada-rolante demora quase três minutos.
O metro de Moscou é o mais profundo do Mundo. A ideia dos soviéticos era que as estações também servissem como abrigo anti-bomba. As escadas rolantes são enormes. Se isso aqui parasse, seria um problema serio. É por isso que na parte inferior de cada escada, tem um atendente monitorando constantemente o bom funcionamento delas.
Perto de 60 mil funcionários cuidam de um metrô [365km] quase cinco vezes maior que o de São Paulo [74km].
O alfabeto cirílico não ajuda turista a se encontrar. Mas até de olho fechado dá pra saber em que direção os vagões vão.
Se a voz dos alto-falantes for masculina, o sentido é centro.
Se for feminina, tá voltando de lá.
A linha circular é fundamental pra baldeações. Reza a lenda que Stalin analisava o projeto do metrô e pôs uma xícara de café em cima do mapa, marcando o papel.
Ninguém teve coragem de perguntar se o círculo era de propósito: construirão o anel metroviário – uma linha de cor meio… café.
Outra anedota é sobre esse cão de bronze. Um estudante despreparado teria pedido sorte na prova e acabou tirando um notão. Ninguém nunca mais deixou esse focinho em paz.
Pra azar das outras, essa estação virou o xodó de Moscou.
O passageiro e o galo não demoram na leitura [estátua de galo parece ler o livro ]. A espera dura até 90 segundos. E logo os passageiros ciscam pra outra estação.
Metrô é a melhor maneira de circular na engarrafada capital. Mas talvez o objetivo seja parar pra admirar Moscou. Mesmo sabendo que debaixo da terra é onde se escondem tesouros.