Mate20 X: celular da Huawei estará disponível para venda em agosto no mercado chinês (Ramon Costa/Getty Images)
Envolvida no centro da guerra comercial entre China e Estados Unidos, a empresa de tecnologia chinesa Huawei tenta seguir em frente. Nesta sexta-feira, a fabricante realiza um evento na China para lançar seu primeiro smartphone com suporte a tecnologia de internet de quinta geração, o 5G. Chamado de Mate 20 X 5G, o celular estará disponível para venda em agosto no mercado chinês.
Com o lançamento do smartphone, espera-se que o governo chinês e a companhia anunciem também seus planos de lançamento da rede de internet 5G no país, que deve chegar primeiro a grandes centros urbanos, como Xangai, Pequim e Shenzhen. Fora do país, a venda do aparelho é incerta, já que a Huawei segue na lista proibida do governo dos Estados Unidos, o que pode atrapalhar, entre outras coisas, a continuação do uso do sistema operacional do Google, o Android.
A Huawei teve crescimento de 30% no primeiro semestre de 2019, mesmo com os bloqueios feitos pelos Estados Unidos, de acordo com informações obtidas pela agência Bloomberg. Os resultados oficiais serão publicados no dia 30 de julho. A maior preocupação interna da empresa agora é saber até quando vai conseguir manter a performance sem o mercado norte-americano.
Nas últimas semanas, o governo de Donald deu indicativos de que pode suspender o bloqueio contra a companhia chinesa, mas, por enquanto, a mantém na lista de empresas proibidas. Para contornar o problema, o governo está emitindo licenças para permitir que companhias norte-americanas negociem com Huawei em áreas que “não ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos”.
Donald Trump se reuniu, na última segunda-feira, 22, com os presidentes das empresas americanas Google, Qualcomm, Cisco, Intel, Micron, Western Digital e Broadcom para falar de segurança nacional e uso de tecnologia chinesa. Segundo a Casa Branca, um dos tópicos discutidos foi a situação da Huawei. Os executivos pediram que o governo decida sobre as licenças dentro de um prazo que não prejudique os negócios e Trump concordou em atender a solicitação.
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A situação talvez melhore no começo da próxima semana, já que o governo norte-americano concordou em enviar representantes para um encontro com negociadores chineses em Xangai. “Não espero que nós resolvamos todas as questões. Mas o fato de estarmos de volta à mesa é importante”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, ao anunciar a viagem. De acordo com o governo norte-americano, temas como transferência forçada de tecnologia, propriedade intelectual, serviços, déficit comercial e agricultura serão discutidos na reunião.
As negociações formais entre os dois países foram interrompidas em maio, mas Trump, em um encontro com Xi Jinping, presidente chinês, em junho, concordou em suspender uma nova rodada de tarifas que afetariam 300 bilhões de dólares de importações chinesas. Os Estados Unidos também concordaram em diminuir as restrições feitas à Huawei e, em troca, a China prometeu comprar produtos agrícolas norte-americanos.
Para a Huawei, um acerto entre os dois governos seria uma grande notícia. De qualquer forma, a empresa não pensa em pisar no freio.