Região tem os observatórios de La Silla e Cerro Tololo, além de iniciativas municipais como o Mamalluca, primeiro centro de observação turística do Chile. vista da cidade chamada Diaguitas no Vale do Elqui na região de Coquimbo, no Chile. Pablo Sanhueza/Reuters Mais de 200 mil pessoas de diversas partes do planeta se reunirão no dia 2 de julho no Vale do Elqui, no Chile, para observar o eclipse total do sol, um espetáculo tão mágico como o lugar onde o fenômeno será observado e no qual o céu e a terra se fundem em um oásis repleto de magnetismo. VÍDEO explica eclipse solar Teste que provou teoria de Einstein será refeito Os mitos por trás do eclipse Recebida pelo brilho das estrelas e o vaivém das ondas do Pacífico, a região de Coquimbo e seu espetacular Vale do Elqui se apresenta aos visitantes não só como o epicentro deste evento natural, mas como um dos destinos turísticos mais especiais do Chile, graças à sua imensa oferta gastronômica, cultural e de aventura. A excelente qualidade de observação dos céus, principal atrativo da região é acompanhada por um entorno natural marcado por uma imensidão mística. Uma mulher testa óculos especiais para o eclipse solar total em Coquimbo, no Chile. Rodrigo Garrido/Reuters Esta região chilena concentra hoje quase 60% da observação astronômica mundial, com os observatórios de La Silla e Cerro Tololo como principais expoentes, e também se destaca através de iniciativas municipais como o Mamalluca, primeiro centro de observação turística do Chile. O Vale do Elqui, um dos lugares privilegiados do mundo para observar o Universo, foi somando novas propostas para oferecer ao visitante uma experiência total, baseada na sua relação com o cosmos, que já atraiu com o seu magnetismo povos pré-hispânicos como os Diaguitas e os Incas. Vicuña, capital mundial da astronomia em 2019, "conta com outros atrativos, como ser o berço de Gabriela Mistral", escritora chilena ganhadora do Nobel de Literatura em 1945, cuja figura inspirou a criação do roteiro turístico "mistraliana", explica à Agência Efe o prefeito da cidade, Rafael Vera. "Nós nos chamamos de coração do Vale do Elqui e terra do pisco. Temos entre 300 e 320 dias de sol por ano, um fato que cria uma sinergia entre o céu e as pessoas. Muitos visitantes chegam buscando essa experiência de submergir na natureza e descansar", explicou. A indústria local conta para isso com um grande leque de atividades: desde passeios de bicicleta pelas profundezas místicas dos vales desérticos até a prática de kitesurf e windsurf no reservatório de Puclaro, e, para completar, uma merecida massagem em algum dos muitos centros especializados. A região conta com uma consolidada oferta hoteleira que visa proporcionar uma experiência total na natureza, e estabelecimentos seletos pensados para oferecer as maiores comodidades a visitantes de alto nível de exigência. Vista do Observatório de La Silla, em Coquimbo. Jorge Vega/Reuters Entre os hotéis mais destacados está o Casa Molle, que liderou o setor em qualidade e serviço com instalações voltadas ao relaxamento e uma boa gastronomia que conta com uma imensa lista de coquetéis, na qual o principal convidado é a estrela local: o pisco. De fato, o Vale do Elqui é sede de uma das empresas produtoras desta bebida mais antigas e importantes do país, a cooperativa Capel, onde os visitantes podem degustar e observar o processo de elaboração de um produto reconhecido internacionalmente. A proposta turística da região passou por uma grande revolução nos últimos anos, resultado do esforço de instituições públicas e empresários, diz à Efe o diretor regional da Corporação de Fomento da Produção (Corfo), Gregorio Rodríguez. O objetivo deste esforço é proporcionar ao visitante "uma experiência turística e gastronômica de grande qualidade". "Queremos aproveitar o evento do eclipse para que quem nos visitar conheça a oferta turística do Vale do Elqui e se perca entre seus cheiros, sabores e outras atrações, de forma que deseje voltar, divulgar as qualidades do destino e nos coloque no mapa-múndi", explicou Rodríguez.