O brinquedo chega na Capital no final do mês e proporcionará a vista para Avenida Afonso Pena
A roda gigante de 22 metros de altura e 16 cabines é o que restou do Lollapalooza para os campo-grandenses. Não tem música, não tem banda, não tem rock. Mas o brinquedo chega ao Shopping Campo Grande no dia 30 de abril e faz lembrar que, na Capital, foi-se à época dos festivais. E a gente nem fala de atrações gringas. Falta evento grande até de artistas nacionais. Poucos devem se lembrar da última vez que a cidade recebeu um evento desse porte, nos anos 2000, período das Temporadas Populares.
Para quem não conhece, Lollapalooza é um festival que recebe shows nacionais e internacionais de rock alternativo, heavy metal, punk rock e indie, e acontece anualmente em São Paulo e vários países. Neste ano, ocorreu de 4 a 6 de abril e contou com quatro palcos. Para cada dia, a programação teve 10 horas de música. Em 2002, por exemplo, a Capital chegou a receber 120 espetáculos no Temporadas Populares, a programação ia de abril a maio.
Enquanto isso, o que ainda tem por aqui é a Expogrande com artistas sertanejos ou funk. Aqueles que gostam de outro estilo musical ficam sem opção.
A falta de eventos de grande porte também ocorre por conta das leis mais rígidas, segundo organizadores. “A maior dificuldade que os promotores encontram hoje em Campo Grande, tanto para realizar um show ou festival de rock, como para qualquer outro estilo de música, é um espaço adequado que tenha todas as licenças e alvarás. Existe ainda uma legislação federal que limita os decibéis em 55, que é um número muito baixo e que facilmente se extrapola quando existe alguma atividade sonora”, explica o promotor de eventos, Gustavo Castelo, o Cegonha, que atua na área há 31 anos.
“Isso impossibilita festas, shows ou festivais em local aberto, o que torna a cidade fraca em lazer, cultura e entretenimento. Existem shows em local aberto no mundo inteiro, há um bom senso entre os promotores de evento e o poder público. Um exemplo, a Virada Cultural em São Paulo, são mais de mil shows acontecendo 24 horas por dia, em vários pontos da cidade em um único final de semana. Gira o comércio, os empregos diretos e indiretos, a economia da cidade, impostos e etc. Esta falta de entendimento torna o público campo-grandense carente, limita o acesso à cultura e ao entretenimento”, afirma.
O também produtor de eventos, Jamelão diz que o rock na cidade fica limitado ao espaço das casas de shows, como Blues Bar e Jack Music Bar. “Essa ascensão de barbearia, de motocicleta ajuda um poucos os eventos, cada produtor se identifica com um estilo. Eu e meu pai Pedro Silva realizamos em média 20 eventos por ano. Trazemos shows de stand up, música. A ideia de trazer os Titãs no Palácio Popular veio depois que realizamos pesquisas”, disse.
Jamelão conta que em 1985 realizou um evento que contou com a apresentação de Titãs, Kiko Zambianchi e Legião Urbana. “Tinha 12 anos, mas já trabalhava com meu pai. O show foi no Guanandizão e lotou. Antigamente, a plateia ficava em pé mesmo, hoje é com mesa. Acredito que de 2000 a 2008, veio a nova juventude, que é fã de sertanejo. Tá tendo eventos de rock aqui, as casas que insistiram nisso, Blues Bar, Jack estão há anos batalhando”, concluiu.
Nas alturas – A roda gigante funcionará no estacionamento do shopping de segunda a sexta-feira, das 14h as 22h e aos sábados, domingos e feriados das 12h às 22h. Até o ponto onde será instalada é estratégico, para te ajudar a ver de cima o que já está enjoado de olhar no dia a dia, a Avenida Afonso Pena. O Parque das Nações também poderá ser visto das alturas.
Fonte: Campo Grande News