Boeing 737: modelo foi proibido em diversos países (Aldo Bidini/Wikimedia Commons)
O sistema de estabilização automática MCAS, envolvido no acidente do MAX 8 em outubro de 737 na Indonésia, estava ativado no avião da Ethiopian Airlines pouco antes do acidente em 10 de março, disse uma fonte próxima ao caso na sexta-feira.
Essa informação faz parte das descobertas preliminares da análise das caixas-pretas do voo 302 da Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas a leste de Addis Ababa, disse a fonte sob condição de anonimato.
Ela acrescentou que a informação foi apresentada na quinta-feira às autoridades americanas, inclusive a Agência Federal de Aviação (FAA), que analisou as informações transmitidas pela Etiópia.
Isso não impede que os órgãos reguladores americanos possam revisar suas descobertas, alertou a fonte, confirmando, no entanto, as informações publicadas pelo Wall Street Journal. A FAA se recusou a comentar.
As autoridades etíopes prometeram apresentar seu relatório preliminar sobre o acidente em meados de abril, mas indicaram que há “semelhanças claras” entre os acidentes do voo 302 da Ethiopian Airlines e o voo 610 da Lion Air em 29 de outubro, que deixou 189 mortos.
Em ambos os casos, reguladores e especialistas em aeronáutica avaliaram que o sistema de estabilização MCAS (Sistema de Aumento das Características de Manobra) desempenhou um papel importante. Este sistema foi instalado no 737 MAX para compensar os problemas aerodinâmicos causados pela mudança de localização e pelo peso dos dois motores da aeronave.
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Provavelmente, as causas dos dois acidentes só serão reveladas daqui a vários meses.
O Departamento de Justiça americano iniciou uma investigação criminal sobre a fabricação do 737 MAX, enquanto está sendo realizada uma auditoria da certificação do MCAS.
A Boeing apresentou nesta quarta-feira as mudanças no MCAS para torná-lo “mais sólido” a fim de recuperar a confiança do público e convencer as autoridades a levantarem a proibição de voo dos 737 MAX.