Loja do Taco Bell em shopping: Para conquistar o cliente do horário de almoço, o atendimento precisa ser rápido (Taco Bell/Divulgação)
Novos pratos, burritos nacionais, delivery e autoatendimento são alguns dos planos da rede de fast food Taco Bell para conquistar o mercado brasileiro, do café da manhã ao jantar. Com 27 unidades, a empresa quer chegar a 200 em poucos anos com uma nova estratégia.
Até então, a rede atuou apenas com unidades próprias. Este ano ainda serão inauguradas cinco restaurantes próprios, chegando a 32. Mas o foco de expansão, agora, será outro: crescer por meio de franquias.
As primeiras franquias foram abertas em outubro de 2018 – atualmente, há três subfranqueados que detêm quatro unidades. O plano é chegar a 40 franquias este ano, ainda com o foco em São Paulo e no Rio de Janeiro, e expandir para outros estados, como o Paraná, nos próximos anos. Até 2027, a rede busca chegar a 200 unidades.
Os novos projetos serão liderados pela nova presidente da rede, Daniela Heldt. A expansão com franqueados é especialidade de Heldt, que já atuou como diretora de operações na rede de drogarias Farmais e na rede de lojas de alimentos saudáveis Mundo Verde, que também pertence ao grupo Sforza.
Para mergulhar de vez no setor de alimentação, Heldt passou por um treinamento na Califórnia, berço da rede, trabalhou por dois dias em uma loja da rede.
A executiva está há apenas quatro meses na liderança do Taco Bell, mas já trabalha no Grupo Sforza há dois anos, máster franqueado da rede desde 2016. O grupo foi criado pelo empresário Carlos Wizard Martins e seus filhos Lincoln Martins e Charles Martins.
O Taco Bell é uma das quatro marcas de alimentação do grupo que, além do Mundo Verde, também detém a operação das marcas KFC e Pizza Hut no Brasil desde janeiro de 2018.
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Gostinho brasileiro
Grande parte do sucesso do Taco Bell está na hora do lanche da tarde, principalmente entre adolescentes. A empresa chega a fazer eventos e camisetas voltados ao seu público mais fiel, chamado de Taco Lovers.
Para conquistar novos públicos, precisa se adaptar aos sabores brasileiros. Os ingredientes usados pelo restaurante “cal-mex”, mistura entre a culinária da Califórnia e do México, são comuns aos brasileiros. Os tacos e burritos são formados, basicamente, de arroz, feijão, um tipo de carne e salada.
Para oferecer um verdadeiro prato feito para o horário de almoço, a rede acrescentou novos ingredientes. A batata frita como substituição dos nachos é uma invenção nacional, depois adotada por outros países, inclusive os Estados Unidos.
Ao contrário do que acontece em outros países, os pratos não são apimentados no momento do preparo e os molhos de pimenta são entregues à parte. As sobremesas também ganharam um toque nacional. Além do burrito de Kit Kat, a empresa prevê criar versões de queijo e goiabada e paçoca, entre outros sabores tipicamente brasileiros.
Outra criação nacional é o Power Bowl, que apresenta os ingredientes do burrito em um prato: feijão preto, arroz, alface, carne e acompanhamentos. Conhecida pelos lanches da tarde e jantar com amigos, o prato é a grande aposta da rede para conquistar o almoço e brigar com outros restaurantes na praça de alimentação de shoppings.
Outro momento a ser conquistado é o café da manhã. A empresa irá implementar o menu matutino na loja do aeroporto de Guarulhos, que será inaugurada em maio. No cardápio, a estão a quesadilla de presunto e queijo e cafés variados.
Eficiência
Para conquistar o cliente do horário de almoço, o atendimento precisa ser rápido. Entre finalizar o pedido e entregar a comida ao consumidor, a loja gasta em torno de 4 minutos. O objetivo é alcançar a meta global de 2,5 minutos em 2020.
Para isso, a empresa está cortando procedimentos dentro da cozinha de seu restaurante. As proteínas – carne moída, frango ou filé em fatias – eram preparadas no próprio restaurante e hoje já chegam pré-cozidas em algumas unidades. O Taco Bell está testando uma fritadeira com limpeza automática, no lugar da lavagem manual.
Os totens de autoatendimento são outra iniciativa para diminuir filas. O Brasil foi o segundo país, depois dos Estados Unidos, a receber a tecnologia. Os equipamentos já estão presente em cinco unidades e, até o meio do ano, deverão ser instalados em toda rede.
A rede também prevê crescer pelo delivery, que é feito através de nove unidades em São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente, cerca de 15% de tudo o que essas lojas vendem é através da internet, por meio de parcerias com o iFood e Rappi. Nem todos os itens podem ser entregues pelo delivery. Os pratos com itens crocantes, como tacos, não estão disponíveis já que a demora na entrega levaria esses ingredientes a absorverem a umidade dos molhos e acompanhamentos.