Depois de anunciar seu primeiro lucro operacional da história, o Spotify comprou a produtora Gimlet Media e a plataforma Anchor como parte de um projeto para investir até US$ 500 milhões em podcasts em 2019. Os planos da empresa com o formato ainda não estão muito claros, mas alguns detalhes começaram a surgir: espere ver programas exclusivos no serviço.
A ideia é investir em conteúdo exclusivo para que as pessoas ouçam podcasts dentro do Spotify, com o objetivo de gerar receita com anúncios, segundo o The Verge. O faturamento com publicidade em podcasts deve atingir US$ 659 milhões só nos Estados Unidos em 2020, de acordo com a IAB. A produção pode ficar por conta da Gimlet Media, que já produz podcasts populares no país.
Com as ferramentas desenvolvidas pelo Spotify e outras empresas, a tendência é que as empresas invistam mais em publicidade. Os dados de audiência, que são liberados para os artistas no Spotify, podem ser estendidos para os podcasts — um prato cheio para os anunciantes. E a rede pública de rádio NPR lançou no final de 2018 uma tecnologia que gera métricas sobre a reprodução de propagandas em podcasts.
O plano também ganha força com a aquisição do Anchor, uma plataforma que permite a qualquer pessoa criar e distribuir gratuitamente um podcast. O Anchor tem aplicativos para Android e iOS, facilitando a produção: é possível gravar os episódios diretamente do celular com vários convidados, editar o programa e publicá-lo nas principais plataformas, incluindo o Spotify.
Ao lançar programas exclusivos e melhorar a experiência de uso, o Spotify acredita que pode se tornar o principal nome que vem à cabeça quando os usuários quiserem ouvir um podcast, assim como o YouTube é hoje para vídeos, por exemplo. A descoberta de novos conteúdos, um dos maiores desafios do podcast, é um ponto a ser trabalhado: o Spotify deve adaptar o algoritmo de recomendação de músicas para o novo formato.
As investidas do Spotify no podcast devem ser vistas nos próximos meses. O CEO Daniel Ek prevê que, ao longo do tempo, 20% de tudo o que é reproduzido no serviço será de conteúdo não musical, e que o objetivo da companhia é se tornar a “plataforma de áudio número 1 do mundo”.
Fonte: Tecnoblog