Empresas do setor tiveram prejuízo no ano passado, decorrente da queda acentuada dos preços do petróleo devido à pandemia. O grupo anglo-holandês Royal Dutch Shell anunciou nesta quinta-feira (4) que registrou um grande prejuízo, de US$ 21,7 bilhões, em 2020, consequência da queda dos preços do petróleo e das depreciações provocadas pela pandemia. Ben van Beurden, CEO da Shell, em foto de 2016 Dale Hudson/Reuters A gigante do setor de combustíveis recorda em um comunicado que registrou lucro líquido de US$ 15,8 bilhões em 2019, antes do início da crise de saúde e de suas restrições, que afetaram o consumo de petróleo e de gás. Petroleira BP tem prejuízo de US$ 20 bilhões em 2020 Sob impacto da Covid, Exxon tem prejuízo de US$ 22 bilhões em 2020 Durante os primeiros momentos de confinamento no início de 2020, os preços do petróleo registraram forte queda, chegando a entrar em terreno negativo em abril. A partir do outono (hemisfério norte, primavera no Brasil), as cotações se recuperam e se aproximaram dos US$ 50, mas ainda permanecem abaixo do nível do início de 2020. As contas da Shell sofreram sobretudo durante o segundo trimestre por grandes depreciações de seus ativos para refletir a situação do mercado, o que representou uma perda de mais de 18 bilhões de dólares. O grupo voltou ao cenário positivo durante o terceiro trimestre, antes de registrar novamente perdas de quatro bilhões de dólares no quarto trimestre por causa das depreciações. A pandemia abalou o mercado de petróleo e as grandes empresas foram obrigadas a adaptar-se aos preços persistentemente baixos, o que reduz o valor de seus ativos. As perdas anuais da Shell são maiores que as anunciadas na terça-feira pela concorrente BP (US$ 20,3 bilhões). O grupo anglo-holandês mantém a prudência para o início de 2021 e espera um impacto negativo da pandemia na demanda de combustíveis. A Shell se viu obrigada a iniciar uma profunda reestruturação que deve permitir a adaptação da empresa a preços menores e cumprir seu objetivo de adotar atividades mais "verdes", assim como alcançar a neutralidade de carbono até 2050. O grupo deseja reduzir drasticamente seus custos, com o corte de 7.000 a 9.000 postos de trabalho. 00:00 / 07:07 Assista as últimas notícias de economia