Andy Jassy, que atualmente comanda a Amazon Web Services, divisão de armazenamento e processamento de dados, assumirá o posto no 3º trimestre deste ano. Bezos seguirá na Amazon. Após 27 anos, Jeff Bezos vai deixar o cargo de CEO da Amazon; Guga Chacra comenta A Amazon anunciou nesta terça-feira (2) que seu fundador e CEO, Jeff Bezos, deixará o cargo até o terceiro trimestre de 2021. O novo líder executivo da companhia será Andy Jassy, que atualmente comanda a Amazon Web Services (AWS), o importante braço de serviços de armazenamento e processamento de dados da empresa. AWS faz mais dinheiro para Amazon do que loja O bilionário continuará na Amazon, mas ocupará o cargo de presidente-executivo do conselho. Bezos disse que, assim, terá mais tempo e energia para focar no jornal "Washington Post", do qual também é dono desde 2013, na Blue Origin, sua empresa aeroespacial, e em suas entidades filantrópicas Day One Fund e Earth Fund. "No papel de presidente-executivo do conselho, eu pretendo focar minhas energias e atenção em novos produtos e iniciativas que estão começando", escreveu Bezos em uma carta aos funcionários. O mais rico do mundo A mudança ocorre 27 anos após Bezos começar a Amazon, em 1994, ainda como uma loja online de livros chamada de "Cadabra". Nascido em 12 de janeiro de 1964 em Albuquerque, no Novo México, o americano tem hoje 57 anos. É formado em engenharia elétrica e ciências da computação pela Universidade de Princeton. Começou a carreira em Wall Street, que deixou para fundar a Amazon. Bezos e o milionésimo cliente da Amazon Divulgaçõ/Amazon De lá para cá, o empresário acumulou uma fortura hoje avaliada em US$ 196,4 bilhões. Bezos foi considerado nos 3 últimos anos a pessoa mais rica do mundo pela Forbes. Em fevereiro de 2020, ele direcionou US$ 10 bilhões para o fundo Earth Fund, para apoiar projetos que lutam contra a mudança climática. Em agosto, com a alta nas vendas da Amazon durante a pandemia, Bezos chegou a ser a primeira pessoa a alcançar US$ 200 bilhões, cerca de R$ 1 trilhão, ainda de acordo com a Forbes. Quem são os 5 bilionários que mais aumentaram suas fortunas em 2020 No ranking da Bloomberg, o atual CEO da Amazon perdeu o posto de mais rico do planeta para Elon Musk, da Tesla, em meados de janeiro último. 10 curiosidades sobre Jeff Bezos em vídeo feito em 2020, quando sua fortuna alcançou US$ 200 milhões História com a Amazon Jeff Bezos fundou a Amazon em 1994, inicialmente vendendo livros on-line. A companhia se tornou uma gigante do varejo ao redor do mundo, comercializando itens de diversos segmentos. Em setembro de 2018, a empresa foi avaliada em mais de US$ 1 trilhão pela primeira vez. Atualmente, a companhia vale US$ 1,69 trilhão. Página de entrada da Amazon nos primórdios da loja online de livros Divulgação/Amazon Quem é o sucessor Jassy entrou na Amazon em 1997 e esteve envolvido com o serviço de nuvem AWS desde sua concepção, em 2003. A divisão foi lançada oficialmente em 2006. Em abril de 2016, ele passou do cargo de vice-presidente sênior para CEO da AWS. O segmento de hospedagem é o mais lucrativo da companhia. Andy Jassy, CEO Amazon Web Services, será o sucessor de Jeff Bezos no comando de toda a Amazon Mike Blake/Reuters Amazon sob pressão A transição de comando na Amazon acontece após fortes resultados em 2020, mas também em meio a pressões regulatórias sobre as grandes empresas de tecnologia. Em outubro passado, uma Comissão do Congresso dos EUA apontou que a companhia se vale de práticas anticompetitivas. Por acusações parecidas já foram abertos processos de estados contra o Google e o Facebook. Um relatório da comissão federal contou que a empresa, entre outras coisas, utilizaria a sua plataforma de comércio eletrônico para identificar os itens mais vendidos e criar cópias para vendê-los com a sua própria marca, geralmente a preços menores. Jeff Bezos, CEO da Amazon, em passagem por Bangalore, na Índia, em 2014 Abhishek N. Chinnappa/Reuters/Arquivo A União Europeia também acusa a Amazon de usar dados para obter vantagem indevida sobre comerciantes que usam a plataforma. Reguladores do bloco entraram com ações antitruste contra a gigante americana. Polêmicas Bezos esteve envolvido em diversas polêmicas com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, do qual é um crítico. A mais recente,, no início do ano, envolveu o serviço de hospedagem da Amazon, AWS, que decidiu tirar do ar a rede social Parler, utilizada por apoiadores de Trump. Relembre Trump x Bezos O movimento aconteceu após o republicano ser bloqueado por outras redes por posts durante a brutal invasão do Congresso americano por seus simpatizantes. Bezos, fundador da Amazon, e Trump trocaram acusações durante o mandato do republicano France Presse A AWS alegou que o Parler violou seus os termos de serviço ao falhar em lidar, de forma eficaz, com um aumento constante de conteúdo violento publicado na plataforma. Google e Apple também retiraram o app de suas lojas. O Parler entrou com um processo contra a AWS, pedindo a restauração da hospedagem, mas a Justiça dos EUA negou o pedido. Os atritos de Bezos com Trump também aconteceram por causa de negócios. Em 2019, depois que a Microsoft ganhou uma licitação de US$ 10 bilhões para fornecer serviço de computação em nuvem para o Departamento de Defesa dos EUA, a Amazon acusou Trump de fazer "pressão imprópria" contra a AWS, que também concorria ao contrato. Antes disso, Trump já tinha acusado o "Washington Post", que pertence a Bezos, de espalhar notícias falsas e agir como lobista da gigante de tecnologia. Divórcio bilionário e celular hackeado Bezos também rendeu manchetes fora das páginas de negócios por conta de seu divórcio bilionário, concluído em 2019. Ele e MacKenzie Scott fizeram um acordo que girou em torno de US$ 38 bilhões. Jeff Bezos e MacKenzie Scott Danny Moloshok/Foto de arquivo/Reuters O casal tem quatro filhos. Eles se conheceram quando os dois trabalhavam na empresa de investimentos D.E Shaw, de Nova York, muito antes de Bezos fundar a Amazon. A agora ex-esposa foi uma das primeiras funcionárias da companhia e, em 2014, fundou a plataforma contra assédios ByStander Revolution. Dias depois do anúncio do divórcio, o tabloide "National Enquirer" publicou notícias de um suposto caso extraconjugal de Bezos. O empresário acusou o jornal de usar fotos íntimas para chantegeá-lo e que a ação teve motivos políticos. Um ano depois, foi levantada a suspeita de que essas imagens tenham sido roubadas de Bezos após ele ter seu celular hackeado em 2018. Segundo análise técnica encomendada pelo bilionário e publicada pelo jornal "The Guardian", isso aconteceu após Bezos receber uma mensagem no WhatsApp de Mohammed bin Salman, príncipe e herdeiro do trono da Arábia Saudita. Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mandel Ngan/Pool via Reuters O vídeo compartilhado teria um programa espião que roubou 4GB de dados do celular do empresário. A coroa saudita negou qualquer envolvimento no caso. Na época, observadores da Organização das Nações Unidas que investigaram o caso consideraram que o intuito de Mohammed bin Salman teria sido o de influenciar, senão silenciar, o "Washington Post", de Bezos, cujo jornalista e articulista Jamal Kashoggi — famoso crítico ao governo saudita — foi brutalmente assassinado em um consulado da Arábia Saudita na Turquia, em outubro de 2018. Bezos em apresentação em Tóquio, em 2000 Kazuhiro Nogi/AFP/Arquivo Veja mais vídeos de TECNOLOGIA no G1