Pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a contração econômica da zona do euro se aprofundou. O índice de preços na zona do euro subiu a 0,9% no mês passado, em meio ao aumento dos custos da energia e de um imposto alemão, apresentando um potencial desafio de comunicação para o Banco Central Europeu.
A inflação – apesar de acima da esperada – ficou abaixo da meta do BCE de quase 2% durante a maior parte da última década. O banco prometeu política monetária ultrafrouxa por anos à frente, com as pressões de preços fracas e a recuperação da recessão por conta da pandemia se arrastando.
Mas um aumento dos preços, mesmo que temporário como muitas autoridades esperam, pode dificultar uma justificativa para o estímulo excepcional.
A taxa de 0,9% nos 19 países representa uma aceleração diante da deflação de 0,3% nos quatro meses anteriores, taxa mais elevada em quase um ano e acima da expectativa de economistas de 0,5%.
O avanço se deveu principalmente à revogação de um corte de imposto anterior na Alemanha, a uma alta nos custos de energia devido aos preços do petróleo e a preços de alimentos mais altos.
A inflação excluindo custos de alimentos e energia, indicador observado pelo BCE, avançou a 1,4% de 0,4%.
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Contração econômica
Também nesta quarta-feira (3), a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a contração econômica da zona do euro se aprofundou em janeiro, uma vez que as novas restrições para conter a disseminação do coronavírus afetaram com força o dominante setor de serviços do bloc.
O PMI Composto final do IHS Markit para a zona do euro caiu a 47,8 de 49,1 em dezembro, embora tenha ficado acima da preliminar de 47,5. Leitura abaixo de 50 indica contração.
"A economia da zona do euro sofreu um começo difícil de 2021 já que os esforços para conter a disseminação da Covid-19 continuaram a afetar a atividade empresarial, especialmente no setor de serviços", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
O PMI de serviços recuou a 45,4 de 46,4 em dezembro, mas acima da preliminar de 45,0. Na segunda-feira o PMI da indústria mostrou que o crescimento do setor permaneceu robusto no início do ano, mas a um ritmo mais fraco.
"O crescimento da indústria continuou a ajudar a compensar parte da fraqueza no setor de serviços, embora mesmo aqui as fábricas tenham registrado crescimento lento da produção em meio à demanda fraca e atrasos no fornecimento, ligados à pandemia", disse Williamson.
"Portanto uma contração do PIB parece provável no primeiro trimestre, embora sob as tendências atuais deva ser mais modesta em comparação com as quedas vistas no primeiro semestre de 2020."
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