Na quinta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,49%, a R$ 5,4331. Dólar pasja1000/Creative Commons O dólar opera em alta nesta sexta-feira (29), em meio a incertezas domésticas e um fortalecimento recente da divisa norte-americana no exterior, com os investidores acompanhando os desdobramentos políticos em Brasília e o avanço da Covid-19 no Brasil. Às 15h43, a moeda norte-americana subia 0,76%, vendida a R$ 5,4745. Veja mais cotações. Na máxima, chegou a R$ 5,5052. Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,49%, vendida a R$ 5,4331. No mês e no ano, o dólar acumula avanço de 4,74%. O Banco Central anunciou para esta sexta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021. A autarquia também fez leilão de venda conjugado com leilão de compra de moeda estrangeira no mercado interbancário de câmbio para fins de rolagem do vencimento de fevereiro de 2021, vendendo 550 milhões de dólares. Cenário No cenário internacional, a atenção passava para a disseminação do coronavírus e o ritmo de imunização da população, com os investidores ansiosos pela superação da doença de forma a permitir uma retomada econômica. "(A) cautela predomina e mercados operam sem direção única nesta sexta-feira. A aversão ao risco ganha força, diante de incertezas com o ritmo de vacinação contra Covid-19", disseram analistas do Bradesco em nota. Além disso, "o mercado está aguardando dados econômicos importantes dos Estados Unidos, então os investidores estão em compasso de espera", explicou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, destacando também que Wall Street será acompanhada de perto. O mercado de ações norte-americano, já aparentando estar sobrevalorizado depois de um rali liderado por estímulos no ano passado, foi sacudido esta semana por ganhos acentuados em ações extremamente vendidas, o que acabou elevando a procura pelo dólar e outros ativos seguros nos últimos dias. Segundo Rostagno, falas recentes de autoridades do governo contra a renovação do auxílio emergencial em resposta à Covid-19 forneceram algum apoio à moeda brasileira, aliviando momentaneamente temores persistentes dos mercados em relação à saúde das contas públicas. O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas. Enquanto isso, "candidatos do governo às presidências da Câmara e do Senado ganharam força nesta última semana, o que reduziria o risco de impeachment e permitiria que Bolsonaro usasse seu capital político para negociar a agenda de reformas", opinou. Entre os fatores que elevaram a venda do real, analistas têm citado a forte disseminação da Covid-19 no Brasil, principalmente diante de um programa de vacinação que deixa a desejar. Além disso, apesar das eventuais tranquilizações por parte do governo e garantias de que o teto de gastos será respeitado em 2021, a pauta fiscal segue preocupando os operadores. As contas do setor público consolidado, que englobam o governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 702,950 bilhões em 2020 (9,49% do PIB), segundo informações divulgadas nesta sexta pelo Banco Central. Os investidores acompanham ainda a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado em Brasília, cujo resultado pode ter impacto na capacidade do governo de avançar ou não com sua agenda de reformas estruturais, que são vistas como essenciais para aliviar as contas públicas brasileiras. Variação do dólar em 2021 Economia G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia