Eletrobras anunciou no domingo a renúncia de seu presidente. Na BR, ele vai assumir cargo que é de Rafael Grisolia. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. Ueslei Marcelino/Reuters Presidente demissionário da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior não precisará cumprir quarentena para assumir o comando da BR Distribuidora, informou a empresa nesta sexta-feira (29). De acordo com a companhia, não há caracterização de conflito de interesses. A afirmação da empresa foi feita após a consulta realizada por Ferreira à Comissão de Ética Pública. A eleição do novo presidente e o efetivo início das atividades do executivo na maior distribuidora de combustíveis do país serão oportunamente comunicados ao mercado tão logo formalizados, acrescentou a BR. A nomeação é esperada para ocorrer em março de 2021, completou a empresa. No último domingo, a Eletrobras comunicou que Ferreira Junior renunciou ao cargo na estatal. Em fato relevante, a empresa afirma que a decisão foi tomada por motivos pessoais. Ferreira Jr. ficará no cargo até o dia 5 de março para fazer transição para seu sucessor, que ainda será indicado. Na BR, ele foi indicado para assumir a presidência no lugar de Rafael Grisolia, que vai deixar a companhia no final deste mês. Renúncia do presidente da Eletrobras torna privatização mais difícil Ana Flor: Renúncia de presidente da Eletrobrás tem relação com sucessão no Congresso Saída da Eletrobras A saída do executivo, que antes da Eletrobras presidiu por 18 anos a CPFL Energia, vem após poucos avanços na desestatização – Ferreira Jr. é grande defensor da privatização da empresa. No cargo desde julho de 2016, ele foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer. Depois, foi convidado pelo governo de Jair Bolsonaro para continuar no comando da estatal, sob expectativas de que liderasse a continuidade de planos para a privatização da companhia. Em dezembro, o governo anunciou que pretende realizar nove privatizações em 2021, entre as quais a da Eletrobras. A venda da estatal, porém, é um dos grandes desafios do governo Bolsonaro. A expectativa da pasta era que o projeto fosse aprovado ainda no primeiro semestre. Mas, na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que não haverá prejuízo se a votação pelo Congresso Nacional da privatização da companhia ficar para o segundo semestre deste ano. O governo prevê levantar cerca de R$ 16 bilhões com a privatização da Eletrobras, por meio de uma capitalização da companhia por meio da emissão de novas ações e envolve pagamento de outorgas à União. O governo anterior, de Michel Temer, falava em promover uma desestatização da Eletrobras, por meio de uma operação em que a empresa emitiria novas ações e diluiria a fatia governamental na companhia para uma posição minoritária. A gestão Bolsonaro passou a adotar o termo "capitalização" para se referir ao processo. Último balanço mostra que a Eletrobras teve lucro de R$ 95,764 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 86,6% em relação ao mesmo período de 2019, quando o ganho ficou em R$ 715,872 milhões. A empresa justificou a queda do lucro ao aumento das provisões por redução na geração de energia, por processos judiciais e de contratos onerosos. Assista as últimas notícias de economia