Fabricantes instalados no Polo Industrial de Manaus ficaram parados por quase 60 dias. Venda e produção de motos caem em 2020 Fábio Tito/G1 Com praticamente dois meses a menos no ano, o setor de motocicletas fechou 2020 com desempenho negativo, tanto em produção como em vendas. Os fabricantes instalados no Polo Industrial de Manaus (PIM) ficaram parados por quase 60 dias entre abril e maio, na tentativa de reduzir os efeitos da Covid-19 na cidade, e mesmo a rápida retomada do mercado no segundo semestre não foi suficiente para recuperar os dias parados. O setor também sofreu na ponta de vendas, com muitos concessionários, principalmente nos grandes centros urbanos, tendo de fechar as portas temporariamente por conta das medidas de restrição impostas pela pandemia. Segundo números divulgados nesta quarta-feira pela Abraciclo, entidade que representa o setor, a produção total em 2020 caiu 13,2% em relação a 2019, somando 962 mil unidades. No início do ano, a expectativa era crescer 6,1%, atingindo 1,175 milhão de unidades montadas. Já os emplacamentos atingiram 915.157 motos, com queda de 15% sobre 2019. A projeção no início de 2020 indicava alta de 5,8% nos emplacamentos, somando 1,08 milhão de motos. Em entrevista ao Valor em dezembro, Marco Fermanian, presidente da Abraciclo, já previa que o setor terminaria o ano com queda na produção em torno de 15%. Em coletiva nesta manhã desta quarta, ele voltou a destacar que os gargalos na produção não permitiram aumentar a oferta de motos e o setor entrou em 2021 com estoques baixos e falta de alguns modelos, principalmente os mais baratos. O setor teve de adotar protocolos de segurança para voltar a operar em Manaus, com distanciamento de funcionários nas linhas de produção, o que limitou a capacidade de atingir a velocidade ideal para atender a demanda. Houve também problemas na cadeia de fornecedores, com atrasos na entrega de peças e componentes e alta nos preços. Há ainda uma fila na entrega de cotas de consórcios já contemplados. “Apesar dos esforços da indústria, começamos o ano com o compromisso de atualizar a situação dos consorciados”, afirmou Fermanian. As exportações do setor também terminaram o ano no vermelho. Foram embarcadas 33.750 unidades, 12,6% a menos do que em 2019. “Foi o pior desempenho da década em termos de exportação”, disse o presidente da Abraciclo, lembrando que em 2012 o setor exportou 105 mil motos. Assista a mais notícias de Economia: