Gina Raimondo não se comprometeu a manter a gigante Huawei e outras empresas chinesas na lista negativa dos Estados Unidos. A nova secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, que foi sabatinada no Senado na terça-feira (26) no processo de confirmação de sua indicação para o cargo, expressou sua intenção de se manter firme e até "agressiva" com a China e lamentou as práticas desleais do gigante asiático. Gina Raimondo, a primeira governadora de Rhode Island, afirmou que a China "claramente se envolveu em um comportamento anticompetição", como no caso do setor de aço e alumínio, "que prejudica os trabalhadores americanos". "Consequentemente, se for confirmada, prevejo ser muito agressiva, ajudando os americanos a lutarem contra as práticas desleais da China", prometeu. Gina Raimondo (no telão) é sabatinada por comitê do Senado dos EUA em caminho para sua confirmação como nova secretária de Comércio dos EUA. Jonathan Ernst/Reuters Raimondo endossou, no entanto, a posição do presidente democrata Joe Biden de que prefere que os Estados Unidos não lutem sozinhos e que busquem o apoio de aliados para restaurar o comércio justo com Pequim. Nesta quarta-feira (27), o governo chinês pediu a Washington que "corrija seus erros", sem se referir diretamente às declarações de Gina Raimondo. "O último governo dos Estados Unidos optou pelo protecionismo e pela intimidação e iniciou, malevolamente, uma guerra comercial" contra a China, disse à imprensa o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores Zhao Lijian. Sem dar detalhes, Zhao afirmou que Pequim tomará as "medidas necessárias para proteger os direitos e os interesses legítimos" das empresas de seu país. Embora congressistas republicanos e democratas tenham apontado que algumas empresas chinesas representam um risco para a segurança nacional, Raimondo não se comprometeu a manter a gigante Huawei e outras empresas chinesas na lista negativa dos Estados Unidos. De forma mais genérica, a nova secretária do Comércio prometeu apenas usar os poderes de seu departamento para "proteger os americanos e nossa rede da interferência chinesa". Sob o governo de Donald Trump, o Departamento de Comércio, liderado por Wilbur Ross, recorreu com frequência às prerrogativas de reprimir as empresas chinesas de tecnologia suspeitas de fazerem espionagem industrial, ou de comprometerem a segurança nacional dos Estados Unidos. Nesse sentido, a pasta ampliou a lista de companhias que não podem negociar com empresas norte-americanas sem licença prévia. Dezenas foram afetadas, como as gigantes do setor de telecomunicações Huawei e ZTE. Em dezembro passado, algumas semanas antes de deixar a Casa Branca, o governo Trump incluiu a fabricante chinesa de cartões de computador Smic, limitando o acesso da empresa a tecnologias americanas de última geração por seus supostos vínculos com o Exército chinês. Assista as últimas notícias de economia