Na terça-feira, a moeda norte-americana recuou 3,39%, a R$ 3,3258. Dólar pasja1000/Creative Commons O dólar opera em alta nesta quarta-feira (27), recuperando terreno após a forte queda da véspera, em linha com os ganhos da divisa norte-americana no exterior, enquanto os investidores continuavam acompanhando com cautela a situação fiscal, sanitária e política do Brasil. Às 15h01, a moeda era vendida a R$ 5,38, em alta de 0,99%. Veja mais cotações. Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 3,39%, a R$ 5,3258. No mês e no ano, a moeda norte-americana ainda acumula avanço de 2,67%. Cenário O Banco Central anunciou que a partir desta quarta-feira dará início à rolagem dos contratos de swaps cambiais tradicionais com vencimento em 1º de março, no valor total de US$ 11,8 bilhões (234.996 contratos). A conjuntura política e fiscal falhava em fornecer algum alívio para o sentimento dos investidores, que acompanhavam notícias das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse na terça-feira que o prêmio de risco das reformas é um dos fatores por trás da volatilidade cambial e que, nesse sentido, as eleições para o Congresso também têm afetado os preços da moeda. Paloma Brum, economista da Toro Investimentos, explicou à Reuters que os desdobramentos políticos em Brasília podem definir o fracasso ou o sucesso do governo do presidente Jair Bolsonaro com sua agenda de reformas, o que também pesaria sobre a questão fiscal brasileira. Há meses os investidores acompanham preocupados as contas públicas do país, temendo que o teto de gastos seja desrespeitado de forma a financiar medidas de assistência social, o que poderia aumentar a dívida pública e prejudicar a atratividade do Brasil aos olhos dos mercados estrangeiros. A S&P Global disse nesta quarta-feira que os mercados emergentes sofrerão maior impacto dos cortes de rating soberano em 2021, citando que os níveis de dívida em rápida ascensão no Brasil e na África do Sul não devem se estabilizar nem mesmo até 2023. Enquanto isso, a imunização da população brasileira contra a Covid-19 segue no radar dos investidores. "Nossa vacinação tem se dado de maneira bem mais lenta do que em outras economias", disse Paloma Brum. "Questões logísticas e políticas — ou qualquer coisa que retarde a imunização — o mercado vai acabar precificando, pois isso pode retardar uma recuperação econômica." No exterior, os mercados aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (o BC dos Estados Unidos), esperada para esta tarde. A taxa básica de juros está entre 0% e 0,25% e a expectativa é de manutenção nesse patamar, enquanto as autoridades avaliam uma economia que ainda luta contra o choque da pandemia, mas aguarda o alívio do processo em curso de vacinação e novos planos de gastos do governo. "As expectativas frente aos resultados de balanços de importantes empresas de tecnologia nos EUA e a decisão de política monetária do Fed impõem um sentimento de cautela aos investidores", escreveu Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora. Paloma Brum explicou à Reuters que, apesar das expectativas de manutenção dos juros nos EUA, os investidores estão de olho na possibilidade de eventual aperto na política monetária por parte do Fed. "Juros mais alto nos EUA atrairiam recursos para o país por causa da alta nos rendimentos dos Treasuries, o que teria potencial de impulsionar o dólar". Variação do dólar em 2021 Economia G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia