Prejuízo vem em meio a novo adiamento de seu jato 777X, o que resultou em um efeito negativo de US$ 6,5 bilhões no resultado. Um Boeing 777X decola durante seu primeiro voo de teste em base da empresa em Everett, Washington, em 25 de janeiro de 2020 Reuters/Terray Sylvester A Boeing divulgou nesta quarta-feira (27) um prejuízo anual recorde de quase US$ 12 bilhões, em meio a novo adiamento de seu jato 777X, o que resultou em um efeito negativo de US$ 6,5 bilhões no resultado. A crise do coronavírus exacerbou a queda na demanda pelas maiores aeronaves da indústria, com companhias aéreas evitando receber os aviões encomendados devido a restrições de viagens internacionais, prejudicando o fluxo de caixa da fabricante de aeronaves dos EUA. A Boeing disse que espera que o 777X, uma versão maior do 777 mini-jumbo, entre em serviço no final de 2023, atrasando o lançamento do jato pela terceira vez e registrando uma baixa de US$ 6,5 bilhões antes de impostos. A empresa estava desenvolvendo o jato com a meta de lançá-lo em 2022, já dois anos depois do planejado inicialmente. Uma queda histórica na quantidade de viagens aéreas também prejudicou os envios dos 787 Dreamliners da Boeing para as companhias aéreas, fazendo com que a empresa acumulasse dezenas de aeronaves, pesando ainda mais sobre a Boeing, que já tem um estoque armazenado de cerca de 450 jatos 737 MAX. A Boeing disse que espera retomar os envios de seus 787 Dreamliners em 2021, quando as viagens aéreas se recuperarem. As entregas dos modelos 787 caíram quase 70% para 53 aviões em 2020 e não se espera que se recuperem aos níveis de 2019 até pelo menos 2024, de acordo com analistas. A Boeing também disse que entregou 13 aviões 737 MAX adicionais em janeiro, de seu estoque, somando-se às 27 aeronaves que enviou em dezembro depois que os EUA liberaram o jato para voar novamente após uma suspensão de 20 meses. Nesta quarta-feira, a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) anunciou que deu sinal verde oficial para que o Boeing 737 MAX volte a voar nos céus europeus, paralisado em terra durante 22 meses após dois acidentes fatais que causaram 346 mortes em 2018 e 2019. O prejuízo líquido da empresa aumentou para US$ 8,44 bilhões no quarto trimestre, de US$ 1,01 bilhão um ano antes, levando o prejuízo do ano inteiro para um recorde de US$ 11,94 bilhões. A receita caiu 15%, para US$ 15,30 bilhões no trimestre encerrado em dezembro. Assista a mais notícias de Economia: