Alguns leitores têm me perguntado se há uma relação automática entre endividamento público e inflação.
A resposta é não. A visão monetarista ingênua de que há uma relação fixa entre quantidade de moeda e inflação, ou ainda que o crescimento da dívida pública automaticamente gera elevação da inflação, há muito tempo foi superada pela teoria. E, evidentemente, os fatos ?têm justificado essa superação.
A dinâmica da inflação é sempre determinada pela resultante, no sentido da mecânica, de quatro forças: inércia, ou o passado; as expectativas, ou o futuro; câmbio, que é a dimensão espacial ou geográfica da inflação; e o estado da economia, se há excesso de emprego dos fatores de produção ou se há ociosidade. O balanço das quatros forças ditará se a inflação subirá ou cederá.
Consequentemente, a elevação da quantidade de moeda, em particular, e, em geral, da dívida pública, lembrando que a moeda é um passivo do setor público contra o setor privado, influenciará a dinâmica da inflação por meio de seus impactos sobre um (ou mais) dos quatro fatores elencados no parágrafo anterior.
No Brasil, uma pequena economia aberta, o canal mais importante é o câmbio.
Leia mais (01/23/2021 – 23h15)