Rede social disse que perfil violou seus termos ao fazer publicação que defendia a política do país em relação aos uigures muçulmanos. Ícone do Twitter, em smartphone Thomas White/Reuters O Twitter bloqueou a conta da embaixada da China nos Estados Unidos por conta de uma publicação que defendia as ações do país asiático em relação aos uigures muçulmanos em Xinjiang. A rede social disse que o post violou sua política contra a "desumanização" de pessoas. O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta quinta-feira (21) que estava confuso com a medida e que era responsabilidade da embaixada mostrar o que seria uma desinformação e esclarecer a verdade. A conta da embaixada chinesa, @ChineseEmbinUS, publicou um tuíte neste mês que dizia que as mulheres uigures foram emancipadas e não eram mais "máquinas de fazer bebês", citando um estudo divulgado pelo jornal estatal China Daily. A publicação foi removida pelo Twitter e substituída por um aviso informando que não estava mais disponível. Publicação da conta da Embaixada da China nos EUA foi removida pelo Twitter. Reprodução Outras publicações sobre o povo uigur continuam no ar, incluindo um tuíte que diz que "estudos mostram que a mudança de população na região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, envolve a melhoria geral da qualidade da população". SAIBA MAIS: China deteve muçulmanos uigures por religião, mostram documentos oficiais China persegue uigures no exterior com apoio de países árabes, aponta investigação da BBC Governo de Trump classifica a China como autora de genocídio contra os uigures Embora o Twitter oculte publicações que violam suas políticas, ele exige que os proprietários de contas excluam manualmente essas publicações. A conta da embaixada chinesa não publicou nenhum novo tuíte desde 9 de janeiro. A suspensão da conta da embaixada ocorre um dia depois que o governo Trump, em suas horas finais, acusou a China de cometer genocídio em Xinjiang, o que foi endossado pelo novo governo Biden. O governo Biden não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a ação do Twitter. O Twitter é bloqueado na China, mas foi adotado pela mídia estatal e diplomatas chineses, muitos dos quais utilizam a plataforma para defender agressivamente as posições de Pequim. "Tomamos medidas em relação ao tuíte mencionado por violar nossa política contra a desumanização, que afirma: proibimos a desumanização de um grupo de pessoas com base em sua religião, casta, idade, deficiência, doença grave, nacionalidade, raça, ou etnia", disse um porta-voz do Twitter nesta quinta-feira (21). A embaixada chinesa em Washington, que aderiu ao Twitter em junho de 2019, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse em entrevista nesta quinta (21) que estava confusa com a ação do Twitter. "Existem inúmeras reportagens e informações relacionados a Xinjiang que são contra a China. É responsabilidade de nossa embaixada nos EUA esclarecer a verdade", disse ela. "Esperamos que eles não apliquem critérios duplos sobre este assunto. Esperamos que eles possam discernir o que é correto e verdadeiro da desinformação sobre este assunto." Veja vídeos sobre tecnologia no G1