Rede social disse que restringir publicações em perfis do ex-presidente americano era necessária e correta, mas que veredito para bani-lo será dado por grupo de supervisão. Donald Trump em último discurso como presidente dos Estados Unidos Carlos Barria/Reuters O Facebook anunciou nesta quinta-feira (21) que a decisão final sobre a suspensão das contas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será tomada pelo seu Comitê de Supervisão, fundado no ano passado. O grupo dará o veredito sobre o destino dos perfis de Trump no Facebook e no Instagram, que por enquanto permanecem bloqueados. Não há um prazo para bater o martelo. O Facebook restringiu as contas do republicano em 7 de janeiro, um dia após apoiadores de Trump invadirem o Capitólio – ação que resultou na morte de 5 pessoas. Na ocasião, a plataforma disse que Trump ficaria suspenso por tempo indeterminado e que estaria impedido de fazer novas publicações por pelo menos duas semanas – data que coincidia com a posse do presidente eleito Joe Biden, realizada na última quarta (20). O objetivo da medida era auxiliar uma transição de poder pacífica, segundo a plataforma. Com Joe Biden empossado, o Facebook direcionou a decisão final sobre os perfis de Trump ao seu Comitê de Supervisão. Saiba mais: Twitter transfere conta do presidente dos EUA para Joe Biden Conselho de supervisão do Facebook analisa seus primeiros casos "Além da determinação do conselho em manter ou reverter a suspensão, o Facebook acolherá quaisquer observações ou recomendações do conselho sobre suspensões quando o usuário for um líder político", disse a companhia em comunicado desta quinta (21). "Acredite você ou não que a decisão foi justificada, muitas pessoas estão desconfortáveis com a ideia de que empresas de tecnologia tenham o poder de restringir líderes eleitos. Muitos argumentam que empresas privadas como o Facebook não deveriam estar tomando essas grandes decisões por conta própria. Nós concordamos", afirmou a rede. O Comitê de Supervisão do Facebook é formado por 40 membros, entre eles pessoas de todos os continentes, incluindo ex-juízes, advogados, jornalistas, ativistas de direitos humanos. O conselho é um órgão independente, que recebeu um investimento de US$ 130 milhões da rede social para funcionar como uma espécie de alta corte. Ele conta com um estatuto próprio, que prevê suas obrigações e sua relação com o Facebook. Pelo estatuto, as decisões são finais, o que significa que o Facebook é obrigado a acatar o que o Comitê decidir — goste Mark Zuckerberg ou não. Trump suspenso das redes sociais Outras plataformas também restringiram as contas de Trump. O Twitter suspendeu de forma definitiva o perfil pessoal do republicano. A rede alegou que os posts recentes do presidente incitavam a violência. Na terça (19), o YouTube estendeu a suspensão do canal de Trump por mais sete dias. Ele está impedido de enviar novos vídeos ou fazer transmissões ao vivo. A plataforma também desativou indefinidamente os comentários nos vídeos do canal. O YouTube alega que a decisão está relacionada a "preocupações sobre o potencial contínuo de violência". Veja vídeos sobre tecnologia no G1