Do planejamento aos cuidados com a Lei Geral de Proteção de Dados, veja dicas de como montar um empreendimento na internet. 5 passos para começar um negócio digital ou levar sua empresa para a internet
A pandemia de coronavírus impulsionou as vendas online em 2020. Com medidas de isolamento social e lojas com as portas fechadas, o crescimento no faturamento do comércio online superou 38% no ano, segundo estimativa da Ebit/Nielsen.
Os números dos 12 meses do ano passado ainda não foram compilados, mas, somente no primeiro semestre, o faturamento de lojas online cresceu 47%, maior alta registrada em 20 anos, segundo a consultoria.
“A tendência é que o digital cresça cada vez mais. Avançamos o equivalente a 5 anos com a pandemia”, afirma Eder Max, consultor do Sebrae. “O consumidor já se acostumou a comprar de maneira digital”.
Especialistas recomendam focar em 5 pontos na hora de montar o empreendimento digital: planejamento, plataforma de vendas, rede social, pós-venda e adequação a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A maioria deles serve para quem está começado, do zero, um negócio online ou migrando do meio físico para o digital (veja algumas dicas para quem quer fazer este segundo processo no final da reportagem).
O motivo para a escolha do meio digital está ligada também ao custo, explica o consultor. “É mais seguro e mais barato começar só no digital. No negócio físico é necessário atrair a pessoa até o local”, afirma Eder Max.
1. Planejamento
Planejar é essencial ao começar um negócio, seja no meio físico ou digital. Por isso, é importante fazer um plano de negócio, para quem está começando um empreendimento ou migrando para o digital, focando em 6 pontos:
formar o preço de venda;
garantir fornecedores;
negociar o frete;
estudar empresas da área;
pesquisar números do segmento;
entender quais os custos fixos e prazo de retorno do investimento;
definir meios de receber os pagamentos.
“É preciso entender antes de construir, tem que analisar tudo e somente depois investir”, recomenda Miklos Grof, CEO da Company Hero, startup que auxilia empresas a migrarem para o meio digital.
Para Miklos, um empreendedor húngaro radicado no Brasil, é importante encontrar o chamado “Mínimo Produto Viável” (MPV), ou seja, qual o gasto mínimo para que a loja funcione dentro do que o empresário espera, um patamar para que a empresa tenha o mínimo de funcionalidade, com o menor gasto, para testar o encaixe do produto no mercado.
"Um bom teste do MPV para quem não tem e-commerce é começar a vendendo apenas pelas redes sociais e WhatsApp", explica Eder Max, do Sebrae.
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2. Plataforma de vendas
Outro passo essencial é escolher qual será a sua plataforma de vendas. Além de vender diretamente pelas redes sociais para ter menor custo, os empreendedores podem optar por 2 formas mais avançadas:
E-commerce (com seu próprio site de vendas).
Market place (são plataformas agregadoras, como Amazon, Mercado Livre e Magalu).
A escolha entre essas opções vai depender do que se mostrar mais financeiramente viável para cada negócio. Para Márcia Ogawa, sócia-líder de tecnologia da consultoria Deloitte, apostar em market place tem suas vantagens principalmente para quem está começando.
Isso porque a estrutura possibilita o uso de meios de pagamento e de entrega.
“Ela reduz as suas despesas e acaba tornando o negócio visível para um público maior", afirma Márcia.
Mas, o consultor do Sebrae, Eder Max, indica que é importante construir um site próprio, mesmo que não efetue a venda diretamente por este meio.
“Ter o site dá mais segurança para o comprador. Ele acaba funcionando como uma vitrine de loja, um endereço virtual para quem não tem o físico”, afirma. Nessa hora, é importante que o site seja compatível com smartphones.
Sobre o uso de redes sociais, pode ser um modo de evitar custos e participação de terceiros na venda. "Pode usar catálogos de WhatsApp e Facebook para expor de forma organizada, mas a transação comercial é feita por fora da plataforma", explica Eder Max. O consultor aponta o uso do Pix como uma opção em alta para quem vai fazer a venda direta.
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3. Redes sociais
Um de seus primeiros passos deve ser abir uma página nas redes sociais, ainda quando se está engatinhando no planejamento. Nas redes sociais, você vai encontrar os seus primeiros clientes, mesmo antes de iniciar as vendas.
Esse espaço não serve só para mostrar o produto, mas também é importante para o empreendedor se tornar uma verdadeira referência no assunto. Para isso, é indicado:
entender do assunto para se tornar uma referência;
buscar informações em livros, cursos e podcasts;
postar dicas e curiosidades sobre seu produto;
interagir com os seguidores;
cadastrar a empresa no “Meu negócio”, do Google (página de cadastro com informações principais da empresa: telefone, endereço, etc0;
caprichar no visual (cuidados com as fotos com luz ruim, escuro e fora de foco. É indicado procurar sites que oferecem templates gratuitos para postagens).
A ideia é trabalhar nas postagens falando amplamente sobre o tema de seu nicho. Se for vender bolos, faça postagens sobre confeitaria em geral, por exemplo. "Tudo que você escreve, organicamente, vai funcionar a longo prazo no seu SEO”, diz o gestor Miklos Grof.
O termo SEO vem de “Search Engine Optimization”, em inglês, que é a maneira como seu conteúdo melhora o posicionamento nos buscadores da internet.
Só não vale exagerar nas postagens. “Cuidado para não postar demais, não ser aquele cara chato”, afirma Eder Max, do Sebrae. “A cada três posts, dois podem ser de dicas e apenas um, de venda”, recomenda.
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4. Pós-venda
Além disso, o Sebrae explica que o pós-venda não se trata apenas de ouvir e resolver reclamações, o empreendedor deve:
ouvir sobre a experiência de compra do cliente;
ter área de atendimento ao consumidor de fácil acesso no site;
oferecer diversos canais de contato como: telefone, WhatsApp, e-mail e redes sociais.
Como não possui o local físico para que o cliente possa efetuar a devolução, o empreendedor do meio digital precisa seguir corretamente a política de reenvio da mercadoria não desejada pelo consumidor.
"Sobre a lei do arrependimento, durante 7 dias, o empresário não pode cobrar a logística reversa”, explica Eder Max, do Sebrae. Desse modo, o vendedor tem que arcar também com o possível frete de devolução.
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5. Adequar à LGPD
Por estar no ambiente online, o empreendedor precisa seguir regras específicas da LGPD. Ela entrou vigor em setembro de 2020, mas as penalidades só começam a ser aplicadas em agosto de 2021. Entre alguns pontos da lei estão:
Empresas que possuem canais digitais têm que pedir o consentimento para coletar informações dos clientes, como o CPF, por exemplo.
Os cidadãos podem solicitar a retificação de informações e pedir que dados sejam apagados.
Se a empresa reconhecer algum vazamento de dados de clientes, por exemplo, precisará solucioná-lo e notificar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Além da LGPD, o empreendedor ainda deve estar atento ao Marco Civil da Internet e o Código de Defesa do Consumidor.
“Não é somente abrir uma plataforma e começar a vender a internet”, relembra Eder Max, do Sebrae. “Quando divulga o produto, por exemplo, tem que mostrar o preço. Boa parte dos empreendedores não coloca o preço".
Em alguns casos, além de multa, descumprir a legislação pode levar até a prisão.
EXTRA: migrando para o online
Mesmo quem tem um negócio estabelecido em meio físico pode querer migrar também para o online. Além do que já foi mencionado, o Sebrae indica algumas estratégias iniciais para isso:
Se não tiver muita habilidade com ferramentas digitais, migrar para um market place, onde encontrará toda estrutura já pronta;
Se tem um pouco de habilidade com ferramentas digitais, utilizar plataformas prontas de e-commerce;
Se possui habilidade com as ferramentas digitais, construir o próprio site.
Tanto no caso 2 como no 3, o empreendedor deve usar as redes sociais para poder gerar tráfego aos seus endereços.
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