Caso começou em 2017 após escândalo com a ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. Jay Y. Lee, vice-presidente do conselho administrativo da Samsung Seong-joon/Reuters Um tribunal da Coreia do Sul sentenciou nesta segunda-feira (18) o vice-presidente do conselho de administração da Samsung Electronics, Jay Y. Lee, a dois anos e meio de prisão. A decisão pode atrasar a reestruturação acionária do grupo após a morte do pai dele em outubro. O processo de Lee começou em 2017, quando ele foi julgado por subornar uma autoridade ligada à ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. O herdeiro da Samsung cumpriu um ano de prisão e saiu após um tribunal de apelações suspender o processo em 2018. Em 2019, a Suprema Corte do país ordenou que o executivo de 52 anos fosse julgado novamente. O entendimento da justiça sul-coreana é que Lee Jae-yong pagou propina à amiga da ex-presidente em troca de privilégios concedidos pelo governo à empresa. Ele sempre negou as acusações. O caso de corrupção envolvia uma amiga da ex-presidente, Choi Soon-Sil, que ficou conhecida como 'Rasputina'. SAIBA MAIS: Entenda o escândalo que derrubou a ex-presidente da Coreia do Sul em 2016 O Tribunal Superior de Seul considerou Lee culpado de suborno, apropriação indevida e dissimulação de receitas no valor de cerca de 8,6 bilhões de won (R$ 41,4 milhões) e disse que o comitê independente de compliance criado pela Samsung no início do ano passado ainda não entrou em vigor. Compliance, termo em inglês que costuma ser traduzido como "conformidade", é o conjunto de normas e procedimentos para evitar desvios de função em empresas, como pagamentos de propinas e vantagens indevidas a servidores públicos ou fornecedores. "(Lee) mostrou disposição para a gestão com um compliance reforçado, já que prometeu criar uma empresa transparente", disse o presidente do tribunal Jeong Jun-yeong. "Apesar de algumas deficiências […] Espero que, com o tempo, isso seja avaliado como um marco na história das empresas coreanas como um começo para o compliance e a ética", disse ele. Lee não se manifestou sobre a sentença. Durante sua declaração final ao tribunal em dezembro passado, ele disse que desejava "fazer uma nova Samsung”. "Este caso envolve o abuso de poder do ex-presidente, violando a liberdade corporativa e os direitos de propriedade […] A decisão do tribunal é lamentável", disse o advogado de Lee, Lee In-jae, a repórteres. Gestão da Samsung Lee será afastado, por enquanto, das principais tomadas de decisão da Samsung Electronics. Ele também não poderá supervisionar diretamente o processo de herança de seu pai, crucial para manter seu controle sobre a Samsung. Analistas concordaram que as operações cotidianas da empresa não serão afetadas, mas as decisões em grande escala cujos resultados muitas vezes só são visíveis depois de anos, como fusões e aquisições e grandes mudanças de equipe, podem sentir o impacto. "A ausência (de Lee) não vai atrapalhar a gestão atual da Samsung […] Ao contrário da época de seu pai, a Samsung tem sido administrada sistematicamente, a tomada de decisões é distribuída entre os presidentes de cada empresa do grupo", disse Chung Sun-sup, presidente-executivo da empresa de pesquisas Chaebul.com. "Mas, além do golpe em sua imagem global, estratégias de longo prazo, como investimentos atualmente não planejados para o futuro e a reestruturação, podem ser paralisadas", acrescentou. Veja vídeos sobre tecnologia no G1 –