Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou inclusão de companhias em uma lista de supostas 'empresas militares'. Smartphone da chinesa Xiaomi exibido em Hong Kong. Bobby Yip/Reuters O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na última quinta-feira (14) a inclusão da fabricante de celulares Xiaomi e outras 8 empresas chinesas em uma lista de supostas "companhias militares", que teriam ligações com o governo da China. A Comac, fabricante de aviões, a GTCOM, que desenvolve tecnologias de inteligência artificial, e fabricantes de semicondutores também foram alvos da decisão. A ordem do governo Trump proíbe que pessoas e organizações americanas mantenham ações dessas companhias. Caso o futuro presidente Joe Biden não reverta a medida, será obrigatória a retirada de investimentos até novembro de 2021 – e as empresas podem sair de bolsas de valores americanas. O fornecimento de equipamentos e tecnologia não será afetado, ao contrário do que aconteceu com a Huawei (veja mais abaixo). A Xiaomi é uma das maiores fabricantes de celulares do mundo, segundo um levantamento da consultoria IDC – a marca é a 3ª em participação de mercado global, atrás da Samsung e Huawei. Em comunicado, a Xiaomi disse que "reitera que oferece produtos e serviços para uso comercial e civil" e que "confirma que não é controlada ou afiliada com os militares chineses". Aa ações da empresa caíram mais de 10% no fechamento da Bolsa de Valores de Hong Kong após o anúncio dos EUA. Trump vs. China A iniciativa é mais uma ofensiva de Trump contra empresas de tecnologia da China. Na última semana, Trump assinou uma ordem executiva proibindo transações com 8 aplicativos chineses, incluindo o Alipay, do Ant Group. O presidente americano ordenou em 2020 que a rede social TikTok fosse vendida para uma companhia americana, alegando ameaças à segurança nacional. Na mesma ocasião, anunciou a restrição ao aplicativo de mensagens WeChat. Uma negociação entre TikTok e Oracle avançou, mas nenhum acordo foi finalizado até agora. As ameaças de Trump de retirar os serviços das lojas de apps não se concretizou após decisões judiciais favoráveis aos aplicativos chineses. A Huawei está na mira de Trump desde 2019, quando foi colocada na "lista de entidades" – que proíbe empresas americanas de fazer qualquer tipo de negócio, incluindo transferência de tecnologia ou venda de materiais. A companhia, que também fabrica equipamentos de telecomunicações, foi colocada nessa lista por supostos riscos à segurança nacional dos EUA relacionadas com a instalação de antenas 4G e 5G. Veja vídeos sobre tecnologia no G1