Na quinta-feira (14), a moeda norte-americana fechou em queda de 1,96%, a R$ 5,2073. Notas de dólar REUTERS/Dado Ruvic O dólar opera em alta nesta sexta-feira (15), com investidores captando o clima arisco no exterior em meio a temores de mais abalo econômico decorrente de medidas para conter o coronavírus, que ofuscavam o anúncio na véspera de um pacote trilionário de estímulos nos Estados Unidos. Às 11h41, a moeda americana subia 1,37%, cotada a R$ 5,2786. Veja mais cotações. Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 1,96%, a R$ 5,2073, acumulando queda de 3,77% na parcial da semana. No mês e no ano, a moeda tem alta de 0,39% frente ao real. Joe Biden anuncia pacote econômico de quase US$ 2 trilhões Cenário global e local No exterior, o dólar subia e moedas mais arriscadas recuavam nesta sexta-feira, uma vez que o novo plano de estímulo anunciado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, era ofuscado por novas tensões entre EUA e China e aumento nas infecções por Covid-19 na China e perspectiva de restrições mais rigorosas na Alemanha e na França. Na véspera, Biden anunciou um novo pacote de estímulo de 1,9 trilhão destinado a impulsionar a economia e acelerar a resposta à pandemia. Biden, que tomará posse em 20 de janeiro, também prometeu acelerar o ritmo de vacinação, com um slogan de 100 milhões de injeções a serem aplicadas nos primeiros 100 dias de governo. Além disso, o presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Jerome Powell, afastou qualquer possibilidade de altas de juros no horizonte. Powel afirmou que a elevação da taxa de juros nos EUA "não virá tão cedo" e que o Fed não deve fazê-lo a menos que veja "sério risco" inflacionário. "Agora não é hora de falar sobre a retirada de estímulos", resumiu Powell. “O Fed não vai elevar juros apenas para espantar ameaças teóricas de inflação.” No plano doméstico, o IBGE anunciou que as vendas no varejo brasileiro tiveram queda inesperada de 0,1% em novembro na comparação mensal. A expectativa, em pesquisa da Reuters, era de alta de 0,4%. O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) apresentou em janeiro alta de 1,33% contra avanço de 1,97% em dezembro, uma vez que o aumento dos preços tanto no atacado quanto no varejo perderam força, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Além disso, as atenções seguiam voltadas para a corrida nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado. O mercado prefere vitória dos candidatos alinhados ao governo, em hipótese de que ruídos diminuiriam em Brasília. Investidores seguem avaliando também os cenários após a inflação em 2020 ter ficado no maior nível em quatro anos, reforçando discussão sobre o momento de alta de juros no Brasil — o que poderia aumentar a rentabilidade do real e elevar a atratividade da moeda brasileira. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 19 e 20 de janeiro para decidir sobre o rumo da Selic. Os analistas do mercado passaram a projetar uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022. O banco Itaú revisou nesta sexta suas projeções e avalia que o BC começará a subir a Selic mais cedo, em maio, e que a Selic encerrará o ano em 3,5%. Já a estimativa para a inflação em 2021 foi elevada de 3,3% para 3,6%. VÍDEOS: Últimas notícias de Economia