No último trimestre do ano, porém, B3 recebeu um ingresso de R$ 56 bilhões, refletindo o maior otimismo global e contribuindo para a recuperação do Ibovespa. Os investidores estrangeiros retiraram R$ 31,8 bilhões da bolsa brasileira em 2020, segundo dados divulgados nesta terça-feira (5) pela B3.
Trata-se do terceiro ano seguido de perda de recursos externos, mas o volume foi menor do que o registrado em 2019, quando houve uma retirada recorde de R$ 44,5 bilhões.
Apesar da saída de dinheiro estrangeiro no ano, a bolsa brasileira recebeu um ingresso de R$ 56 bilhões nos 3 últimos meses de 2020, refletindo o maior otimismo global após a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e da expectativa de que vacinas possam conter o coronavírus e levar a uma forte recuperação econômica.
Em dezembro, as compras de ações destes investidores somaram R$ 330,3 bilhões, enquanto as vendas atingiram R$ 310,5 bilhões, resultando num ingresso líquido de R$ 19,7 bilhões. Em novembro, houve entrada de R$ 33,3 bilhões. Em outubro, foram R$ 2,8 bilhões.
No consolidado de 2020, os estrangeiros compraram R$ 3,443 trilhões em ações e venderam R$ 3,475 trilhões, resultando no saldo líquido negativo de R$ 31,8 bilhões.
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Na parcial do ano até setembro, os investidores estrangeiros tinham retirado R$ 89 bilhões da bolsa, praticamente o dobro do volume registrado em 2019. O retorno do capital estrangeiro contribuiu para a recuperação do Ibovespa na reta final do ano.
Em 2020, o Ibovespa acumulou ganhos de 2,92%. Só em dezembro, a alta foi de 9,30%.
Os estrangeiros representaram em 2020 quase metade do total de investidores da bolsa: 46,6%. Em 2019, a participação era de 45,1%.
Os pequenos investidores elevaram a sua participação para uma parcela de 21,3%, contra 18,2% em 2019. A quantidade de brasileiros pessoas físicas que investem na bolsa chegou a 3,2 milhões de pessoas físicas – quase o dobro de 2019.
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Neste ano, foram 28 ofertas públicas de ações (IPOs) na B3, o maior número desde 2007. As companhias que fazem IPO buscam dinheiro para financiar novos projetos, expandir os negócios ou até adquirir outras empresas. O maior deles foi da Rede D'Or, que captou R$ 11,4 bilhões para a empresa.
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