Ao longo deste ano, IGP-M foi pressionado pela desvalorização do real e também pela alta dos preços das commodities. Veja dicas para renegociar seu aluguel em meio à alta histórica. Inflação do aluguel fecha o ano com a maior alta desde 2002 Conhecido por reajustar o valor do aluguel, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) encerrou 2020 com a alta de 23,14%, segundo divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (29). Foi o maior avanço do IGP-M desde 2002, quando o índice acumulou alta de 25,31%. Veja nos webstories: 7 dicas para renegociar o aluguel Inflação do aluguel Economia G1 Ao longo deste ano, o IGP-M foi pressionado pela desvalorização do real em relação ao dólar e pelo avanço dos preços das commodities. Entre os três componentes do índice, a maior pressão de 2020 foi observada no índice de preço ao produtor. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60% no IGP-M, registrou avanço de 31,63% em 2020; O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, subiu 4,81%; O Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, teve alta de 8,66%. Em dezembro, o IGP-M avançou 0,96%, o que representou uma desaceleração em relação ao observado em novembro (alta de 3,28%). O resultado do mês foi influenciado por um queda no preço das matérias-primas, de acordo com o coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), André Braz. "As matérias-primas brutas caíram 0,74% em dezembro. As principais contribuições para este movimento partiram das commodities: soja (11,91% para -8,93%), bovinos (7,40% para -0,58%) e milho (21,85% para -2,17%)", afirmou Braz por meio de nota. "Os preços da soja e do milho seguem em alta em bolsas internacionais e tal movimento pode limitar a magnitude das quedas nas próximas apurações", acrescentou Para o produtor, as maiores influências em dezembro foram do minério de ferro (4,34%), óleo diesel (7,8%) e carne bovina (3,42%). Para os consumidores, as pressões vieram da tarifa de eletricidade residencial (8,59%), passagem aérea (14,62%) e gasolina (1,26%). E, por fim, o custo da construção foi influenciado por vergalhões e arames de aço ao carbono (4,57%), tubo e conexões de ferro e aço (6,08%) e tijolo e telha cerâmica (3,82%). Renegociação do aluguel Esse salto histórico afeta diretamente famílias que moram de aluguel. Mas é possível negociar uma redução no valor da locação após 30 meses de contrato ou no percentual de reajuste, principalmente locatários que perderam o emprego ou parte da renda por conta da crise. Os analistas de mercado imobiliário dizem que há espaço para renegociar um aumento menor do valor do contrato diante do atual cenário de crise econômica. VEJA AS DICAS: Compare o valor do seu aluguel com o de imóveis vizinhos. Reúna documentos que comprovem sua redução de renda. Reforce que você é um bom pagador e cuida do imóvel. Converse com a imobiliária sobre descontos para pagamento adiantado. Apresente outros indexadores para reajuste do aluguel ao proprietário. Sugira um valor de aluguel justo que possa pagar em dia. Mostre como pretende pagar o aluguel proposto em dia por, pelo menos, um ano. Vídeos: Últimas notícias de economia