Resultado negativo reflete principalmente a queda na arrecadação provocada pela pandemia e o aumento de gastos do governo para enfrentamento da crise gerada pela doença. As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 18,241 bilhões em novembro, informou nesta terça-feira (29) a Secretaria do Tesouro Nacional.
Déficit primário ocorre quando as despesas superam as receitas. Nessa conta não são considerados os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.
Os resultados negativos de 2020 das contas do governo são reflexo da pandemia da Covid-19. As medidas de restrição adotadas para frear o contágio derrubaram a atividade econômica, o que resultou em queda da arrecadação com impostos e tributos.
Além disso, o governo elevou os gastos neste ano para financiar medidas de enfrentamento à pandemia, entre elas despesas com saúde e com o auxílio emergencial pago a trabalhadores informais.
Segundo o Tesouro Nacional, em novembro de 2020 as despesas primarias relacionadas ao combate à crise da Covid-19 totalizaram R$ 18,5 bilhões. A maior parte dos gastos foi com o auxílio emergencial – R$ 17,8 bilhões – e com o benefício de manutenção do emprego e renda – R$ 2,537 bilhões.
De janeiro a novembro, as despesas primárias em resposta à pandemia totalizaram R$ 487,4 bilhões.
Pagamentos do Auxílio Emergencial chegam ao fim nesta terça (29)
O déficit de R$ 18,241 bilhões registrado em novembro é 5,5% superior ao verificado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit primário foi de R$ 16,574 bilhões.
Segundo o Tesouro Nacional, o resultado do mês passado foi impactado positivamente pelo recolhimento de parte dos impostos adiados no início da pandemia.
“A receita total de novembro de 2020 cresceu 5,4% em termos reais”, na comparação com novembro de 2019.
Já no acumulado do ano até novembro, a receita total caiu 9,7% em relação ao mesmo período de 2019. Foram R$ 143,6 bilhões a menos.
Parcial do ano
No acumulado de janeiro a novembro, as contas do governo apresentaram um déficit primário recorde de R$ 699,105 bilhões.
Esse é o pior resultado para o período, da série histórica iniciada em 1997. De janeiro a novembro do ano passado, o rombo fiscal somou R$ 80,428 bilhões.
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