A moeda virtual teve alta de mais de 170% este ano em meio à turbulência no mercado de ações durante a pandemia. Bitcoin Getty Images via BBC No fim deste ano marcado pela pandemia de coronavírus, o Bitcoin atingiu seu recorde histórico ao ultrapassar a marca dos US$ 20 mil (equivalente a mais de R$ 100 mil). A moeda virtual, conhecida por sua volatilidade, subiu mais de 170% neste ano, em meio à turbulência no mercado de ações. Bitcoin supera US$ 20 mil pela primeira vez em sua história Bitcoin: entenda o que é Na quarta-feira (16/12), o Bitcoin saltou 4,5%, impulsionado pela demanda de grandes investidores interessados em seu potencial de lucros rápidos. Também há expectativas de que ele possa ganhar uma força mais ampla como método de pagamento de empresas como Starbucks e Microsoft. No entanto, a trajetória para os investidores com a criptomoeda tem sido instável – ela passou de US$ 19 mil em novembro, antes de cair drasticamente. Em 2017, o Bitcoin chegou perto dessa linha dos US$ 20 mil. Mas também atingiu baixas extremas e chegou a cair para menos de US$ 3.300. 'Muito nervoso' Educação financeira: entenda o que é o Bitcoin O Bitcoin é amplamente negociado como moedas reais, como a libra e o dólar americano. Mas também tem um suporte crescente como forma de pagamento com o PayPal entre os mais recentes adeptos de moedas digitais. O PayPal anunciou em novembro que seus clientes poderão comprar, vender e manter Bitcoins e criptomoedas usando suas contas, permitindo que os clientes comprem produtos dos 26 milhões de vendedores. No entanto, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, alertou sobre seu uso como meio de pagamento. "Tenho que ser honesto, é difícil ver que o Bitcoin tem o que tendemos a chamar de valor intrínseco", disse Bailey em outubro. "Pode ter valor extrínseco no sentido em que as pessoas desejam." Ele disse que estava "muito nervoso" sobre as pessoas usarem Bitcoin para pagamentos, apontando que os investidores deveriam perceber que seu preço é extremamente volátil. Montanha russa Alguns analistas apontam que a pandemia covid-19 encorajou os investidores a reavaliar as perspectivas de longo prazo para o Bitcoin e outras criptomoedas. Mas ainda existem preocupações sobre a negociação fraudulenta de criptomoedas após uma sucessão de episódios de roubos por hackers. Em tempos de volatilidade, os investidores tendem a retirar seu dinheiro das ações para o que são considerados investimentos mais seguros, como ouro. Alguns acreditam que as criptomoedas agora estão sendo vistas como uma diversificação diante da volatilidade do mercado de ações. "Períodos de extrema aversão ao risco forçaram muitos negociantes a diversificar em Bitcoin", disse Edward Moya, da trading Oanda. Uma atração do Bitcoin é seu suprimento limitado, que chega a 21 milhões. No entanto, Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento e economista-chefe da AMP Capital, alerta sobre os ricos do Bitcoin. "Sua enorme volatilidade dificilmente o torna um porto seguro como reserva de valor. Tenho muito mais confiança na nota de US$ 50 em minha carteira, mantendo seu valor ao longo do tempo, do que no Bitcoin, que parece oscilar como um ioiô." Embora o preço do Bitcoin tenha apresentado um grande aumento neste ano, a história dele é marcada por muitos altos e baixos desde que foi criado em 2009. A fundadora da empresa de consultoria Competitive Compliance, Yana Afanasieva, disse ao Asia Business Report da BBC que espera mais "altos e baixos" nos próximos meses. Quando questionada sobre uma possível queda, ela disse: "Essa é a natureza das criptomoedas, pois há alguns jogadores que poderiam tentar e manipular, e nenhum governo ou organismo internacional tentariam, de alguma forma, preservar o preço." Assista as últimas notícias de economia