Desse total, R$ 11,8 bilhões correspondem a pagamento de outorga. Com a renovação, governo busca garantir novos investimentos em contrapartida, como a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). A mineradora Vale informou nesta quarta-feira (16) que seu conselho de administração aprovou termos aditivos para a prorrogação antecipada dos contratos de concessão de suas ferrovias Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) a partir do vencimento dos atuais contratos, em 2027. Segundo a empresa, os documentos da prorrogação por 30 anos das concessões serão assinados nos próximos dias com o governo. Pelos termos do contrato, a companhia assumirá compromissos totais estimados em R$ 24,7 bilhões a serem executados até 2057 em troca da renovação, informou a empresa. Do total em obrigações envolvidas na prorrogação, R$ 11,8 bilhões correspondem a pagamento de outorga ao governo federal. Os contratos atuais da ferrovia Estrada de Ferro Carajás, que passa por Pará e Maranhão, e da Estrada de Ferro Vitória-Minas, que conecta as capitais de Espírito Santo e Minas Gerais, têm validade até 2027. Ferrovia de Carajás, em imagem de 2018 Agência Pará Destino do dinheiro Foram cinco anos de negociação. A Vale formalizou o pedido de prorrogação antecipada das concessões em dezembro de 2015. A renovação antecipada da concessão foi autorizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em julho. Com a renovação antecipada, o governo busca garantir novos investimentos em contrapartida. Pelos termos do acordo com o governo, uma fatia de R$ 8,7 bilhões do valor total da outorga será destinada para a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO). A Vale será responsável pela implantação da infraestrutura e superestrutura ferroviária do trecho EF-354, compreendido entre os municípios de Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT), com cerca de 383 km de extensão. A previsão é concluir a obra em 6 anos. Segundo a mineradora, outros R$ 3,9 bilhões serão destinados para os demais compromissos, entre os quais a ampliação do serviço do trem de passageiro e obras de melhoraria da segurança da malha. Os termos do contrato preveem ainda que R$ 300 milhões serão usados na compra de trilhos e dormentes destinados à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). ANTT aprova edital de concessão da FIOL, com previsão de leilão em abril Segundo a Vale, a Fico e a Fiol vão se conectar à atual Ferrovia Norte-Sul, viabilizando a criação de corredores alternativos para o escoamento de grãos do Centro-Oeste brasileiro. "As prorrogações antecipadas retiram uma grande incerteza sobre a perenidade de parte relevante de nossa cadeia de logística integrada", afirmou, em comunicado, o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo. A empresa informou que os desembolsos para as prorrogações antecipadas das concessões já vinham sendo considerados no planejamento de longo prazo e que compromissos não impactarão o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Vídeos: vejas as últimas notícias de economia