Atualmente, a região produz cerca de 60% de todo o grão do Brasil, que é o maior produtor e exportador global da oleaginosa. Produção de soja em MT Divulgação Um grupo de empresas internacionais que inclui Tesco, Walmart, Unilever e McDonald's pediu que grandes tradings de commodities parem de trabalhar com soja associada ao desmatamento do Cerrado brasileiro. O grupo de 163 companhias, signatárias da Declaração de Apoio ao Manifesto do Cerrado, disse na terça-feira (15) que escreveu em novembro às tradings Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Louis Dreyfus, Cargill, Cofco International e Glencore para pedir que elas deixem de obter soja, direta ou indiretamente, de áreas desmatadas no Cerrado após 2020. Nenhuma das tradings concordou com as medidas, segundo o comunicado. "Pedimos às tradings que intensifiquem seus próprios compromissos e implementem sistemas robustos de monitoramento, verificação e relatórios na região, e estabeleçam uma data limite em 2020 livre de conversão de desmatamento do Cerrado para a soja", disse Anna Turrell, diretora de Meio Ambiente da Tesco. Atualmente, a região do Cerrado produz cerca de 60% de toda a soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, que é processada para produção de ração e óleo. O Cerrado compreende estados importantes do agronegócio, como parte dos estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, a fronteira agrícola do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) e Goiás. No ano passado, grupos ambientais criticaram a Cargill após a companhia afirmar que ela e a indústria de alimentos em geral não conseguiriam atingir a meta de eliminar o desmatamento das cadeias de oferta até 2020. Na América do Norte, empresas estão encorajando produtores a adotar práticas mais sustentáveis, devido à pressão do consumidor e às expectativas de mais regulamentações. A Cargill disse em comunicado em seu website que reconhece "a urgência de abordar a questão do desmatamento e da conversão de terras com vegetação nativa no Cerrado." "Podemos confirmar que a Cargill não fornecerá soja de agricultores que desmatam ilegalmente ou em áreas de proteção, e temos as mesmas expectativas em relação aos nossos fornecedores", afirmou a trading. Um porta-voz da ADM, em resposta a um pedido da Reuters por comentários, disse que a "ADM possui uma rígida Política de Não Desmatamento, e contamos com tecnologias de satélite para garantir que possamos cumprir nossa política." A Bunge afirmou que "não adquire soja de áreas desmatadas ilegalmente" e "se dedica a uma cadeia produtiva sustentável e tem o compromisso público, desde 2015, de eliminar o desmatamento de todas as nossas cadeias produtivas até 2025, prazo mais curto do setor". Cofco, Louis Dreyfus e Glencore não responderam de imediato a um pedido por comentários. Veja mais vídeos sobre desmatamento