Evento ocorre entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro, com exibições em drive-ins e pequenos cinemas independentes, além de programação virtual. Fachada do Egyptian Theatre, onde costuma acontecer as exibições do Festival de Sundance, em Utah. Foto Arthur Mola/Invision/AP, Arquivo O prestigiado Festival Sundance de Cinema divulgou, nesta terça-feira (15), sua programação, o primeiro do gênero a apresentar filmes produzidos durante a pandemia de coronavírus que evocam a crise de saúde sem precedentes, alguns dos quais podem acabar concorrendo ao Oscar. Para se adaptar às restrições da era da Covid-19, o Sundance será realizado parcialmente on-line desta vez, entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro. Haverá também exibições em drive-ins e pequenos cinemas independentes, da Califórnia a Nova York, passando pelas montanhas do estado de Utah, onde costuma ser realizado o evento. Festivais on-line podem amenizar os prejuízos do cinema de arte? Entre os lançamentos mais esperados está "Life in a Day 2020", uma sequência do documentário de 2011 de Ridley Scott e Kevin Macdonald que busca pintar "o retrato global da vida em nosso planeta". O filme utiliza imagens filmadas por milhares de pessoas durante um único dia de julho de 2020, durante o auge da pandemia. Os cineastas receberam cerca de 300 mil contribuições de participantes do projeto e "essas janelas para suas vidas são verdadeiramente extraordinárias", disse Kim Yutani, diretora de programação do festival, que observou que este é "um grande empreendimento". "Este é o 10° aniversário do projeto e é um ano particularmente significativo", destacou. Como o medo do coronavírus está alterando rota do pop O Sundance também irá apresentar "In the Earth", filme de terror sobre um vírus rodado em agosto, durante duas semanas, por Ben Wheatley, e o documentário "In the Same Breath", que explora as tentativas do governo chinês de "transformar o encobrimento da pandemia em Wuhan em um triunfo para o Partido Comunista". O racismo e a discriminação sofridos pelos negros também estarão no centro dessa edição do festival, marcada por gigantescas manifestações contra a violência policial. "Summer of Soul", primeiro filme dirigido pelo músico afro-americano Questlove (The Roots), trata do pouco conhecido festival "Black Woodstock", realizado com sucesso no Harlem em 1969. Semana pop explica como o Black Lives Matter está mudando a cultura pop Entre os 72 longas-metragens da programação, estão "Prisoners of the Ghostland", um filme com Nicolas Cage que combina ação e o sobrenatural, e "Amy Tan: Unintended Memoir", obra dirigida por James Redford, filho do lendário ator e co-fundador do festival, Robert Redford. James morreu de câncer em outubro, aos 58 anos.