Indicador de Incerteza da Economia de dezembro registrou recuo de 5,1 pontos. Impacto das notícias sobre vacinas foi tão forte que inibiu, em parte, preocupação com a questão fiscal do Brasil. A evolução da pandemia por covid-19, bem como das vacinas contra a doença, ditarão a trajetória do patamar de incerteza com o Brasil, nos próximos meses, segundo análise feita por Anna Carolina Gouveia, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A pesquisadora fez a observação ao comentar o recuo de 5,1 pontos na prévia do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) de dezembro, ante novembro, para 140,7 pontos, anunciado nesta sexta-feira (11) pela fundação. Caso seja confirmada, seria menor pontuação do índice desde fevereiro (115,1 pontos). Notícias favoráveis sobre vacinas eficientes contra covid-19 levaram ao resultado, afirmou ela.
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Sem citar números por ser uma prévia, a especialista informou que, dos dois componentes do IIE-Br – Mídia e Expectativas – foi o primeiro que mais influenciou o recuo do resultado preliminar de dezembro, do índice. "O componente Mídia representa 80% do indicador", lembrou ela, notando que o noticiário favorável sobre vacina influenciou favoravelmente esse componente.
O impacto das notícias sobre vacinas foi tão forte que inibiu, em parte, preocupação com a questão fiscal do Brasil, ainda tema de debates no mercado – principalmente no que se refere a teto de gastos do governo, observou ela.
Ao ser questionada se, nos próximos meses, notícias favoráveis sobre vacinação e sobre a pandemia poderiam conter, em parte, possível impacto negativo de problemas na área fiscal, a economista foi taxativa ao frisar o peso da questão sanitária no indicador.
"A pandemia representa em torno de 80%, 70% da incerteza", afirmou ela, notando que o IIE-Br poderia cair a ritmo mais rápido, caso ocorra resolução mais ágil da pandemia no Brasil.
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Entretanto ela fez uma ressalva. Caso o indicador de dezembro fique em torno de 140 pontos, mesmo em queda ante resultados anteriores, essa pontuação seria "altíssima". Ela ressaltou que a média histórica do indicador, antes da pandemia, oscilava em torno de 115 pontos, o que já não era bom – o quadrante favorável do indicador é abaixo de 100 pontos.
"Mesmo se houver queda [no indicador completo de incerteza] a previsão é de encerrarmos o ano com patamar alto de incerteza", finalizou.
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