Tribunal inocentou Alexander Vinnik por suposto envolvimento em operação das pragas digitais de ransomware, mas manteve acusação de lavagem de dinheiro. Alexander Vinnik foi condenado por lavagem de dinheiro Reuters/Alexandros Avramidis O russo Alexander Vinnik foi condenado a cinco anos de prisão por um tribunal na França, onde autoridades o acusaram de comandar um esquema de lavagem de dinheiro ligado a fraudes com vírus de resgate, os "ransomware". Ele também terá de pagar uma multa de 100 mil euros (cerca de R$ 615 mil). A sentença, porém, é mais leve do que a esperada pelos promotores, que queriam 10 anos de prisão e uma multa sete vezes maior. O tribunal afastou 13 das 14 acusações contra Vinnik, incluindo as que envolviam um vírus de resgate conhecido como Locky. Segundo a Justiça francesa, as provas apresentadas não foram suficientes para estabelecer um vínculo de Vinnik com a operação do vírus. Ficou mantida apenas a acusação de lavagem de dinheiro, segundo a qual Vinnik era um dos administradores da corretora BTC-e, que negociava criptomoedas como o Bitcoin. Por meio da corretora, ele teria atuado para facilitar a lavagem do dinheiro cobrado por esses vírus de resgate. Ainda cabe recurso da decisão. O advogado de Vinnik já declarou a repórteres franceses que tentará derrubar a última acusação que ainda resta no processo contra seu cliente. Em sua defesa, Vinnik alega que era apenas funcionário da BTC-e, da qual receberia um salário de 10 mil euros mensais, e não seu administrador. A corretora era notória por receber Bitcoins oriundos de pagamentos de resgates cobrados por vírus que criptografam dados para sequestrá-los, os "ransomware". Sendo apenas funcionário, Vinnik não poderia responder pelos crimes da empresa, que encerrou suas operações em 2017 após uma operação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Saiba como recuperar arquivos após vírus de resgate É possível recuperar arquivos sequestrados por vírus de resgate? Rússia e EUA também disputam extradição Vinnik ainda pode ser obrigado a enfrentar outro processo nos Estados Unidos. A prisão dele na Grécia, em 2017, foi realizada a pedido das autoridades norte-americanas, que o indiciaram por lavagem de dinheiro. Mas a extradição de Vinnik para os Estados Unidos sofreu um revés depois que a França e a Rússia – país do qual ele é cidadão – também manifestaram interesse em julgá-lo. Cada país tinha acusações diferentes, mas as da Rússia eram as mais brandas. Lá, Vinnik responderia por fraudes que somavam 9,5 mil euros (menos de R$ 60 mil). Nos Estados Unidos, Vinnik foi indiciado por auxiliar a lavagem de até US$ 9 bilhões (R$ 45 bilhões). Na Grécia, Vinnik defendeu sua própria extradição para a Rússia por quase dois anos e meio, inclusive com uma greve de fome de 88 dias. No hospital, ele foi visitado por Tatyana Moskalkova, Comissária da Rússia para os Direitos Humanos. Contudo, autoridades gregas decidiram extraditá-lo para a França, o que ocorreu em janeiro de 2020. Mesmo assim, os pedidos de extradição para os Estados Unidos e para a Rússia ainda aguardam um desfecho. SAIBA MAIS: EUA aplicam multa de US$ 60 milhões a serviço que 'misturava' bitcoins para evitar rastreamento Operador de corretora de Bitcoin acusada de lavagem de dinheiro tem extradição suspensa na Grécia Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com Assista VÍDEOS de Segurança Digital no G1