Inflação das carnes passou de 4,25% em outubro para 6,54% em novembro, acumulando alta de 13,90% no ano; pesquisador vê substituição pelo frango, que também sofre pressão nos preços. IPCA sobe 0,89% em novembro, a maior alta para o mês desde 2015 Os preços dos alimentos sofreram mais uma forte alta em novembro, de 2,54%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de novembro, a alta acumulada de janeiro a novembro alcançou de 12,14% — a maior para um ano desde 2002, quando os alimentos subiram 19,47%. Ainda faltando os dados de dezembro, no entanto, a inflação desse grupo deve fechar o ano ainda mais alta, já que os preços não dão sinal de arrefecimento. IPCA: inflação acelera para 0,89% em novembro, maior alta para o mês em 5 anos Inflação dos alimentos no acumulado do ano Economia G1 O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, enfatizou que o índice de difusão do grupo de alimentos passou de 73% em outubro para 80% o que, segundo ele, “demonstra um maior espalhamento da alta de preços entre os produtos alimentícios”. “A gente tem os mesmos fatores que continuam influenciando na alta dos preços dos alimentos, como o câmbio num patamar mais elevado, que estimula as exportações; o preço de algumas commodities mais alto no mercado internacional e, pelo lado da demanda, ainda tem influência do auxílio emergencial”, explica. Carnes pesaram no mês A inflação dos alimentos de novembro foi a maior para um mês desde dezembro de 2019, quando ficou em 3,38%. Mas para meses de novembro, foi a maior desde 2002, quando ficou em 5,85%. Carnes formam o item com maior peso na composição do indicador geral da inflação, com impacto de 0,18 ponto percentual no mês. A gasolina, que costuma ser o item de maior peso, foi a segunda maior influência em novembro, com impacto de 0,08 p.p., seguida pelo etanol, com impacto de 0,06 p.p. A inflação das carnes passou de 4,25% em outubro para 6,54% em novembro, acumulando alta de 13,90% no ano. Já a do frango, passou de 2,41% em outubro para 5,17%, com o acumulado no ano ficando em 14,02%. "Por causa do preço maior das carnes, pode estar ocorrendo substituição delas pelo frango, pressionando maior alta nos preços deste item", explicou Kislanov. Inflação dos alimentos – mensal Economia G1 Veja os 50 alimentos que mais subiram no acumulado do ano até novembro Óleo de soja: 94,1% Tomate: 76,51% Arroz: 69,5% Feijão-macáçar (fradinho): 59,97% Batata-inglesa: 55,9% Laranja-lima: 55,64% Pimentão: 49,75% Batata-doce: 46,57% Morango: 42,49% Feijão-preto: 40,75% Peixe-tainha: 38,77% Repolho: 36,09% Cenoura: 34,41% Feijão-mulatinho: 32,6% Fígado: 31,07% Maçã: 30,2% Carne de porco: 30,05% Banana-maçã: 28,2% Costela: 26,4% Mandioca (aipim): 26,25% Açaí (emulsão): 25,41% Coentro: 25,09% Leite longa vida: 24,97% Laranja-baía: 24,08% Alface: 23,38% Músculo: 22,92% Salsicha em conserva: 22,45% Abobrinha: 22,31% Peito: 22,13% Tangerina: 22,09% Banana-d'água: 21,59% Laranja-pera: 21,29% Pera: 21,1% Mamão: 20,99% Açúcar cristal: 20,54% Pepino: 19,32% Peixe – pintado: 19,29% Peixe – filhote: 18,63% Linguiça: 17,87% Cupim: 17,65% Manga: 17,24% Salame: 17,02% Cimento: 17,02% Acém: 16,27% Leite em pó: 15,54% Cebola: 15,12% Brócolis: 15,08% Limão: 14,84% Lagarto comum: 14,81% Peixe – corvina: 14,31% Veja as últimas notícias de economia