É a primeira operação do tipo desde junho deste ano. Indicadores recentes mostram apetite maior de investidores externos por mercados emergentes. A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (2) que retomará a emissão de títulos da dívida externa. Os papéis negociados pelas instituições financeiras terão vencimento em 2025, 2030 e 2050, ou seja, com prazo de cinco, dez e trinta anos. O resultado da operação será divulgado no final desta tarde.
A última operação dessa natureza foi realizada em junho deste ano, quando o governo brasileiro emitiu US$ 3,5 bilhões em títulos da dívida externa no mercado internacional.
A captação de recursos no mercado externo será feita em meio ao crescimento de casos do novo coronavírus, considerado por especialistas uma segunda onda da pandemia.
"O objetivo da operação é dar continuidade à estratégia do Tesouro Nacional de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos", informou o Tesouro Nacional.
Entretanto, também está havendo uma melhora no apetite de investidores internacionais por aplicações em países emergentes, em linha com notícias positivas sobre o desenvolvimento de vacinas e com o fim de incertezas eleitorais nos Estados Unidos.
Segundo dados do Banco Central, o valor de aplicações financeiras de estrangeiros em outubro foi maior em 21 meses. Em novembro, os fluxos de portfólio para os emergentes ficaram positivos em US$ 76,5 bilhões em novembro, bem acima de outubro, segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF).
Captações externas
Os investidores que compram esses papéis da dívida pública pagam em dólar, euro, ou até em reais. Na data do chamado resgate, eles recebem de volta o valor pago ao governo brasileiro. Além disso, o Brasil paga juros a esses investidores, a cada seis meses ou um ano, dependendo do contrato.
O lançamento de bônus no mercado externo funciona como um leilão: os investidores fazem suas propostas de taxa de juros e quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro decide se aceita. As ofertas são feitas aos bancos contratados pelo Tesouro Nacional para liderar a operação.
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