'Não vou adotar nenhuma medida imediata, e o mesmo se aplica às tarifas. Não vou prejudicar minhas opções', disse o presidente eleito dos EUA ao "The New York Times". Presidente da China, Xi Jinping, cumprimenta então vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Pequim em foto de 2013 Lintao Zhang/Pool/Reuters Joe Biden não irá cancelar imediatamente a Fase 1 do acordo que o presidente Donald Trump fechou com a China nem adotar medidas para remover tarifas sobre as exportações chinesas, disse o presidente eleito dos EUA ao jornal "The New York Times". Em entrevista ao colunista do Times Thomas Friedman, que deu pistas sobre como o novo governo vai proceder sobre a política externa, Biden disse que sua maior prioridade é conseguir um pacote de estímulo generoso no Congresso, mesmo antes de assumir. "Não vou adotar nenhuma medida imediata, e o mesmo se aplica às tarifas. Não vou prejudicar minhas opções", disse Biden a Friedman. Biden disse que vai buscar políticas que tenham como alvo "as práticas abusivas da China", como "roubo de propriedade intelectual e subsídios ilegais a corporações", além de forçar "transferências tecnológicas" de empresas dos EUA a chinesas. Mas ele também destacou a necessidade de desenvolver um consenso bipartidário no país e focar em esforços do governo para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e educação que permita às empresas competir melhor com rivais chinesas. "Quero garantir que vamos lutar como nunca investindo na América primeiro", disse Biden. Sob a Fase 1 do acordo assinado este ano, a China concordou em aumentar as compras de produtos e serviços norte-americanos em ao menos US$ 200 bilhões ao longo de 2020 e 2021. O acordo também manteve tarifas de 25% sobre um total de 250 bilhões de dólares em produtos industriais e componentes chineses usados por indústrias dos EUA, e tarifas retaliatórias da China a mais de 100 bilhões de dólares em produtos dos EUA. Vídeos: veja as últimas notícias de economia no Brasil e no mundo