Objetivo da aliança é manter à tona um setor duramente atingido pela pandemia que recupera aos poucos o nível de preços. Logo da Opep durante reunião informal de membros da organização em Argel, capital da Argélia Reuters/Ramzi Boudina Os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúnem nesta segunda-feira (30) durante o primeiro dia da cúpula ministerial que busca um acordo sobre as cotas de produção de petróleo, diante de um mercado em baixa devido à pandemia do coronavírus. O objetivo comum da aliança dos países produtores de petróleo é manter à tona um setor duramente atingido pela pandemia da Covid-19 que, após atingir o fundo do poço em abril, recupera aos poucos o nível de preços. Para isso, o cartel terá que reduzir drasticamente a produção do chamado "ouro negro" e adaptá-la a uma demanda que está pelos terrenos, estratégia que traz pouca receita, mas permite relançar os preços. A reunião, que ocorre por meio de videoconferência, está prevista para começar nesta segunda-feira (30). E aos 13 países membros do cartel da Opep juntam-se na terça-feira os dez países associados conhecidos como Opep +, entre os quais se destaca a Rússia. Reunião sob incertezas Pelo acordo em vigor alcançado em abril, a retirada do mercado de 7,7 milhões de barris por dia (mbd) teria que ser reduzida para 5,8 mbd a partir de janeiro de 2021, mas a maioria dos observadores concorda que haverá um adiamento de três a seis meses, uma vez que o efeito da segunda onda da Covid-19 não foi previsto. No entanto, os progressos recentes nas vacinas contra o novo coronavírus dos laboratórios AstraZeneca, Pfizer/BioNTech ou Moderna têm permitido um aumento nos preços do petróleo, o que traz alguma incerteza a uma reunião que já este ano foi marcado por divergências. A primeira cúpula de 2020, que ocorreu em março na sede da organização na Áustria, foi um grande fiasco. Rússia e Arábia Saudita saíram da reunião presas em uma guerra fratricida de preços. Embora os membros do cartel atualmente compartilhem a meta das cotas de produção, o tema começa a ser espinhoso. O preço do petróleo subiu 25% desde o início de novembro e se aproximou dos níveis pré-pandêmicos, entre US$ 45 e US$ 50 para o barril WTI americano e do Brent do Mar do Norte, as duas referências do petróleo. O impacto que as campanhas massivas de vacinação, o retorno à atividade econômica, os deslocamentos e, consequentemente, o aumento do consumo de petróleo, não serão sentidos por vários meses, enquanto a Opep o define, pelo menos, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021. O barril europeu de Brent e o WTI caíram nesta segunda-feira (30), um sinal do temor dos investidores em relação à cúpula da Opep, apontam vários analistas.