Levantamento da Abdib mapeou todos os projetos da União, dos Estados e do Distrito Federal que podem receber algum tipo de aporte do setor privado. O Brasil tem 1,2 mil projetos e iniciativas de oportunidades que podem receber investimentos da iniciativa privada, segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e divulgado nesta terça-feira (1º). Leilão de linhas de transmissão realizado na B3 em 2017 Taís Laporta/G1 Batizado de Livro Azul da Infraestrutura, o material da entidade fez um levantamento de todos os projetos da União e dos estados e do Distrito Federal. Com pandemia e plano de privatizações empacado, leilões do governo agora são promessa para 2021 e 2022 O estudo apontou que os projetos da União se dividem em: 800 ativos blocos de exploração de petróleo e gás; 8 iniciativas na área ferroviária; 37 aeroportos federais; 25 terminais portuários; 12 trechos rodoviários; e 11 lotes de transmissão de energia. No recorte realizado com os estados, são 300 iniciativas mapeadas também nas áreas de transporte, energia, saneamento, telecomunicações e infraestrutura. No estudo, a Abdib também conseguiu mapear que existem 50 projetos que somam mais de R$ 1 bilhão em investimentos, sobretudo nas áreas de transporte e saneamento básico. "Se tudo der certo e estes projetos forem licitados e contratados com escopos e valores de investimentos preliminares confirmados, estes 50 maiores projetos terão capacidade de viabilizar R$ 334,8 bilhões em investimentos privados ao longo dos prazos dos contratos", informou a associação em estudo. A Abdib estima que o país precisa investir R$ 284,4 bilhões ao ano – o que equivale a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – por um prazo de uma década para que seja possível “reduzir gargalos ao desenvolvimento econômico e social”. No ano passado, os investimentos somaram R$ 123,9 bilhões, montante 31,3% inferior ao pico registrado em 2014 (R$ 180,3 bilhões). Investimento no Brasil cairá na década pela 1ª vez desde os anos 80, aponta estudo As maiores defasagens são observadas nos setores de transportes (o país investiu R$ 25 bilhões, mas são necessários R$ 149 bilhões) e saneamento básico (o país investiu R$ 14,4 bilhões em 2019, mas são necessários R$ 30 bilhões). "Desde 2014, quando o Brasil conseguiu investir R$ 180,3 bilhões na infraestrutura, ponto máximo da história recente, os valores de investimentos anuais na infraestrutura brasileira caíram drasticamente, fazendo com que o hiato entre a realidade do que é investido e a necessidade de investimento anual permaneça muito grande em um país com deficiências históricas no acesso e na qualidade da infraestrutura", apontou a entidade. Vídeos: Últimas notícias de economia