Sistema de pagamentos do BC começou a operar nesta segunda-feira. Diretor do banco disse que há uma 'agenda evolutiva longa' para o PIX, ao comentar a possibilidade de novos produtos no futuro. O Banco Central pretende disponibilizar à população novas modalidades de operações por meio do PIX, sistema de pagamentos cujas operações tiveram início nesta segunda-feira (16), no primeiro semestre de 2021, informou o diretor de Organização do Sistema Financeiro da instituição, João Manoel Pinho de Mello.
"A gente tem uma agenda evolutiva longa, com várias funcionalidades que entrarão [no futuro]", disse.
Entre as novas operações que vão entrar em vigor até junho do ano que vem, disse ele, estão o saque de recursos via PIX e, também, a possibilidade de fazer um PIX "garantido", como se fosse uma compra parcelada – atualmente disponível nas operações com cartões de crédito. Também há conversas em andamento para o pagamento de contas de luz.
No caso do saques de recursos, possibilidade que já tinha sido anunciada anteriormente, o diretor explicou que o comerciante poderá ofertar o serviço como forma de dar troco aos clientes, e assim atrair mais consumidores. Ele explicou, porém, que terá de ficar claro o valor da compra, e do saque, para efeitos da cobrança de tributos.
"Vai no supermercado, faz uma compra de R$ 200. Está sem dinheiro, paga R$ 250 e pega R$ 50 de troco. É bom para todo mundo. Em alguns lugares, ajuda na inclusão financeira, pois não há redes de saques. Para o a varejista é bom pois atrai o cliente para sua loja e diminui a quantidade de dinheiro que tem de trazer e tirar de sua loja. Melhora a segurança", explicou Pinho de Mello.
No caso de parcelamento de compras, o diretor do BC disse que essa operação poderá ser semelhante ao parcelamento atualmente disponibilizado por meio dos cartões de crédito.
"No PIX programado, haverá o PIX garantido no primeiro semestre do ano que vem, nada mais é do que fazer um PIX irrevogável, que tem de vir embutido um produto de crédito, como por exemplo como faz no cartão. Se faz uma transação parcelada no cartão, elas são garantidas pelo banco. Essa mesma funcionalidade estará prevista o PIX", disse o diretor.
Nesse caso, porém, a operação poderá envolver o pagamento de juros. "O que a gente chamou do PIX obrigatório, embute um produto de crédito. Assim como o pagamento no cartão de crédito parcelado, embute um produto de crédito. Se incide juros ou não, depende muito da peculiaridade. Se o cartão de credito entra no rotativo [há incidência de juros]. Não tem uma resposta específica", explicou.
Sobre o pagamento de contas de luz, o chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Ângelo Duarte, afirmou que deve estar disponível ao longo do primeiro semestre do ano que vem, mas acrescentou que já há concessionárias que vão oferecer o serviço nos próximos meses.
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