Companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,16 bilhão de julho a setembro deste ano, em relação a desempenho negativo de R$ 3,46 bilhões um ano antes. Suzano Papel e Celulose Divulgação A Suzano registrou forte queda no resultado negativo do terceiro trimestre, com resultado operacional melhor que o previsto pelo mercado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pela maior produtora de celulose de eucalipto do mundo. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,16 bilhão de julho a setembro ante desempenhos negativos de R$ 3,46 bilhões um ano antes e de R$ 2 bilhões no trimestre imediatamente anterior. Enquanto isso, o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 58% na comparação anual, a 3,78 bilhões de reais. Analistas, em média, esperavam prejuízo líquido de R$ 1,015 bilhão e Ebitda de 3,21 bilhões, a Refinitiv. Como vem ocorrendo nos últimos trimestres, o resultado financeiro negativo pesou na última linha do balanço, refletindo efeitos cambiais sobre a dívida em moeda estrangeira da companhia. No terceiro trimestre, a linha mostrou despesa de R$ 4,2 bilhões ante R$ 6,5 bilhões no mesmo período de 2019. A companhia conseguiu reduzir alavancagem em relação ao segundo trimestre, passando de 5,6 para 5,1 vezes em reais e de 4,7 para 4,4 vezes em dólares. O desempenho ocorreu mesmo com a Suzano tendo queda de 1% nas vendas de celulose do trimestre sobre um ano antes, enquanto a produção saltou 21%, ajudando a reduzir o custo-caixa, que foi 8% menor que um ano antes, a R$ 600 por tonelada. Já o preço médio de US$ 454 por tonelada foi 14% menor do que um ano antes, apesar da companhia afirmar que houve "um melhor balanço dos fundamentos de mercado" no trimestre, causado por redução da oferta de produtores integrados. Porém, como o real desvalorizou ante o dólar, o preço médio em reais da tonelada da celulose da Suzano subiu 17%, para R$ 2.441. Com isso, a receita de celulose da companhia cresceu 16% na comparação anual, para R$ 6,17 bilhões. "Mesmo diante de um trimestre que historicamente apresenta demanda mais fraca e considerando o cenário global adverso deste ano, continuamos a ser uma das poucas empresas do setor com capacidade de gerar caixa, ganhar eficiência e reduzir alavancagem financeira", disse em comunicado à imprensa o presidente da Suzano, Walter Schalka. O resultado da companhia foi divulgado dias após a rival Klabin reportar prejuízo de R$ 191 milhões no terceiro trimestre e alta de 59% no Ebitda ajustado.