Capital do estado de Himachal Pradesh, Shimla é uma cidade turística de 160 mil habitantes. Além de turistas, principalmente no verão, local atrai macacos que se alimentam de restos de comida. Quase 50 grupos de macacos famintos voltaram a atacar, roubando sacos de comida e mordendo os transeuntes. Money SHARMA / AFP Milhares de macacos mantêm Shimla, a antiga capital de verão da era colonial britânica, no norte da Índia, sob forte ataque, com avanços contra moradores e visitantes — por vezes ferindo-os gravemente. Durante o rígido confinamento nacional que durou de março a junho por causa da pandemia do novo coronavírus, muitos macacos deixaram o local no sopé do Himalaia — e que abriga refinados edifícios vitorianos — para buscar comida nas áreas rurais circundantes. Mas depois que as restrições diminuíram, eles retornaram. Quase 50 grupos de macacos famintos voltaram a atacar turistas e moradores, roubando sacos de comida e mordendo os transeuntes. Índia supera 8 milhões de casos de coronavírus Wuhan: de epicentro da pandemia a um dos principais polos turísticos da China Shimla, uma cidade de 160 mil habitantes e capital do estado de Himachal Pradesh, atrai turistas, principalmente no verão. Mas as visitas no período mais quente do ano também incluem macacos que se deliciam com os resíduos deixados por hambúrgueres ou pizzas. Os animais retornaram ao local depois que as restrições de confinamento diminuiram. Money SHARMA / AFP Hematomas na cabeça e no rosto Nand Lal, 46 anos, tem ferimentos pelo corpo causados por macacos no meio da rua. "Eu estava passando por um grupo de macacos quando o macho dominante me atacou de repente e três outros se juntaram a ele". "Felizmente, peguei um pedaço de pau e consegui afastá-los. Tenho hematomas na cabeça e no rosto. Fiquei sangrando por uma mordida nas costas", contou Lal, lembrando que teve que tomar várias injeções de vacina contra raiva. "As pessoas estão com muito medo e não sabem o que fazer", disse Kuldeep Chand Sood, um ex-juiz aposentado da Suprema Corte, mostrando o buraco que uma mordida de macaco deixou em sua perna quando se sentou em seu terraço. "Eu estava lendo quando um grande macaco de repente me atacou", afirmou à agência de notícias AFP. No bairro em que Sood vive, Sanjauli, muitas casas têm proteção de grades em seus terraços e janelas. Quando conseguem entrar, os macacos não hesitam em esvaziar as geladeiras. 'Eles mordem' As latas de lixo que transbordam em frente a hotéis e restaurantes também os atraem, explicou Rajesh Sharma, um funcionário ambiental em Shimla. Com a melhoria do sistema de coleta de lixo, "os macacos têm mais problemas. Mas seus hábitos continuam os mesmos. Arrancam tudo que veem de suas mãos". E se eles não encontram nada, "eles mordem", acrescentou Sharma. Mesmo os visitantes que vêm admirar o Templo Jakhu, dotado de uma das maiores estátuas do deus macaco Hanuman do país, têm seus óculos ou qualquer coisa que brilha roubados. Além de atacar humanos, eles causam prejuízo em lavouras: o estado calcula que mais de 130.000 macacos comem ou destroem frutas e plantações nos campos, causando perdas de milhões de dólares a cada ano. De reverenciados a nocivos Reverenciados neste país predominantemente hindu, os macacos são agora considerados animais nocivos pelo governo, suscetíveis de eliminação. Mas nenhuma campanha oficial de extermínio foi iniciada, embora os camponeses tenham envenenado ilegalmente centenas de animais. Em Shimla, como em outras cidades do estado, as autoridades iniciaram uma campanha para esterilizar macacos. Foram 157.000 esterilizações em cinco anos. "A esterilização é a única maneira de controlar essa população", explicou Pooja Kanwar, especialista do centro de esterilização de macacos de Shimla. Vídeos: veja notícias sobre viagem e turismo