Por meio de parceria, Tribunal Superior Eleitoral e aplicativo de mensagens monitoram comportamentos considerados 'inautênticos' na rede social. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou nesta quarta-feira (28) que enviou ao WhatsApp, de 27 de setembro a 26 de outubro, 1.020 denúncias de disparo em massa relacionadas à campanha eleitoral.
No período, o TSE recebeu 1.037 denúncias relacionadas a comportamentos considerados "inautênticos" no aplicativo, mas 17 foram descartadas por não estarem ligadas ao processo eleitoral.
No total, 720 contas únicas e válidas na rede social foram denunciadas. Destas, 256 acabaram banidas (35%).
O balanço é resultado de uma parceria do TSE com o WhatsApp, que criou um canal de denúncias de contas suspeitas de disparo em massa a fim de combater a desinformação durante as eleições municipais deste ano.
TSE faz parceria com redes sociais para evitar disparos de mensagens em massa
“É preciso falar que até este momento — a menos de 20 dias das eleições — entendemos que a situação da desinformação relativa ao processo eleitoral está sob controle”, afirmou a secretária-geral do TSE, Aline Osório.
Segundo a secretária, além de um canal específico para denúncias de contas suspeitas de disparos em massa, a parceria criou sem custos um 'chatbot' (programa de computador que simula conversa com uma pessoa) no WhatsApp, a fim de ajudar na circulação de informações corretas aos eleitores.
Segundo o diretor de Políticas Públicas para o WhatsApp, Dario Durigan, o aplicativo não faz análise de conteúdo, somente de comportamento — se abusivo ou não.
Ele explicou que a criptografia do WhatsApp impede que se faça uma análise do conteúdo das mensagens. Conforme o diretor, os responsáveis pelos números também não são identificados.
“O foco do WhatsApp na parceria com o TSE é identificar comportamento abusivo — contas suspeitas de fazerem disparo em massa, do ponto de vista de padrão. Não há acesso ao conteúdo dentro dessa parceria. De outro lado as contas são banidas pelos números. Não há neste primeiro momento nenhuma identificação de quem são os responsáveis por esses números", afirmou.
Entenda como funcionam os disparos em massa
100 mil contas banidas
O diretor do WhatsApp afirmou ainda que só em setembro, o aplicativo baniu 100 mil contas pelo seu sistema de integridade. Esse número compreende também denúncias não relacionadas ao período eleitoral.
"Para o mês de setembro, em todo o Brasil foram banidas 100 mil contas de Whatsapp por esse sistema de integridade que olha a plataforma como um todo. Não necessariamente são conteúdos eleitorais”, afirmou Durigan.
Investigações
Segundo a secretária-geral do TSE, as denúncias sobre disparo em massa no WhatsApp serão analisadas e poderão originar investigações, provocando sanções como multa e até cassação de chapa por abuso de poder econômico.
Aline Osório destacou, no entanto, que esta é uma segunda etapa, que precisa ser conduzida em diálogo com o Ministério Público Eleitoral.
“A gente sabe que esse é um ilícito eleitoral. E aí o TSE, em conjunto, em diálogo com o MPE, tomará as providências cabíveis em relação a essa contas que foram efetivamente banidas. Mas são processos que correm de forma paralela, em separado”, afirmou.