Com o dólar mais valorizado em relação ao real, produtores estão preferindo exportar, o que reduz a oferta interna. Além disso, ração dos animais está mais cara. Aumento do preço das carnes nos açougues e supermercados tem assustado os brasileiros O preço da carne deve continuar alto até o final de 2020. Com a valorização do dólar em relação ao real, os produtores estão preferindo vender o produto para outros países, especialmente para a China, principal compradora do país. Além disso, a ração animal está mais cara. Arroz e óleo mais caros: entenda por que a inflação dos alimentos disparou no país "A carne que a gente pagava R$ 25, R$ 26 o quilo. Está agora R$ 32, R$ 33", diz o professor Gilmar Francisco de Lara. Na prévia de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do país -, o preço do carne já subiu 4,83%. "A China vem comprando muita carne do Brasil desde o final do ano passado. Isso diminuiu a oferta de carne no mercado brasileiro", diz o economista da FGV, André Braz. "E outra questão é que o preço das rações usadas para o trato desses animais são commodities, cujo o preço é cotado em dólar. Então temos o milho e a soja. Esses dois grãos ficaram mais caros, porque os seus preços subiram em dólar. Isso é bom para a balança comercial, mas é ruim para o mercado brasileiro, porque desabastece". Preço do milho bate recorde no Brasil Aumento no preço da carne bovina ajudou a alavancar índice de inflação em Campo Grande, conforme o IBGE Reprodução/TV Morena Segundo Braz, os preços devem continuar altos até dezembro deste ano, já que o dólar ainda deve se manter em torno de R$ 5,60, o que desfavorece a queda dos preços dos alimentos. "Então a inflação de alimentos vai continuar a pressionar o custo de vida, principalmente das famílias de baixa renda, até o final de 2020", ressalta Braz. VÍDEOS: tudo sobre o agronegócio