De todas as solicitações de empréstimos financeiros, cerca de 15% não foram atendidas. Levantamento mostra, ainda, que 1,1 milhão de trabalhadores ficaram sem salário em setembro. Com a crise provocada pela pandemia, auxílio emergencial do governo garantiu aumento de 1.665% no rendimento das famílias mais pobres Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo Dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, diante da crise provocada pela pandemia do novo cornavírus, em 5,4 milhões de domicílios do país algum morador recorreu a empréstimo financeiro até setembro. Do total de pedidos de empréstimo, 85,2% foram atendidos. Até agosto, somavam cerca de 4,9 milhões os domicílios onde alguém solicitou empréstimo financeiro, dos quais 84,8% haviam sido atendidos. Desemprego diante da pandemia bate recorde no Brasil em setembro, aponta IBGE A pesquisa não detalha o perfil dos domicílios onde algum morador recorreu a empréstimo. Todavia, destacou que 75,9% dos pedidos foram feitos a bancos ou instituições financeiras, enquanto 23,5% foram direcionados a parentes ou amigos. 1,1 milhão de trabalhadores sem salários O levantamento mostrou, ainda, que cerca de 5,4 milhões de trabalhadores estavam afastados do trabalho em setembro em decorrência do distanciamento social imposto pela pandemia. Destes, cerca de 1,1 milhão ficaram sem receber salário no mês, o que corresponde a 19,8% do total de afastados. Em agosto, os trabalhadores afastados que ficaram sem remuneração somavam 23,7% do total de afastados do trabalho. Segundo o IBGE, este percentual “vem caindo consistentemente ao longo da pandemia”. O instituto destacou que o menor percentual de trabalhadores afastados sem remuneração em setembro foi observado na Região Sudeste (17,6%), enquanto o maior, na Região Norte (24,1%). “Houve redução do percentual de pessoas nestas condições em todas as regiões, quando comparadas a agosto”, ressaltou o IBGE. Impacto do Auxílio Emergencial A pesquisa do IBGE mostrou, ainda, o tamanho do impacto do auxílio emergencial entre os mais pobres no país. Nas famílias onde a renda per capita média mensal era de R$ 17,82 em setembro, com o pagamento do benefício o rendimento saltou para R$ 300,25 – um aumento de 1.665%. Já nas famílias cuja renda per capita R$ 828,01, com o pagamento do auxílio emergencial a alta foi de apenas 15%, passando para R$ 951,16. O IBGE enfatizou que o rendimento domiciliar per capita nos domicílios que não receberam auxílio emergencial era o dobro daqueles que contaram com o benefício. Segundo o levantamento, o rendimento médio real domiciliar per capita efetivo do país, em setembro, foi de R$ 1.320. Nos domicílios em que nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo em função da pandemia, esse valor foi de R$ 1.821. Já nos lares em que ao menos um morador recebeu o auxílio, o rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 825 – uma diferença de 45%. Ainda segundo o IBGE, a proporção de domicílios que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia no Brasil passou de 43,9% em agosto para 43,6% em setembro, com valor médio do benefício em R$ 894 por domicílio. Norte e Nordeste foram as regiões com os maiores percentuais de domicílios recebendo auxílio: 59,8% e 58,8%, respectivamente. O IBGE considerou dois auxílios financeiros no levantamento: o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Assista às últimas notícias em Economia: