Na parcial do ano, rombo das contas externas é de US$ 6,47 bilhões, com queda de 82% em relação a 2019. Investimentos estrangeiros diretos recuaram 45%. As contas externas registraram superávit de US$ 2,320 bilhões em setembro deste ano, de acordo com números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (23). Esse foi o sexto mês seguido de resultados positivos.
O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A melhora no resultado das contas externas neste ano é fruto do saldo positivo da balança comercial brasileira, que tem sustentado bons números em meio à pandemia de Covid-19, principalmente devido à queda das importações.
Além disso, déficits menores nas contas de serviços e renda têm sido registrados, em razão do desaquecimento da economia mundial e do fechamento de fronteiras – este último fator contribuiu para o menor gasto de brasileiros no exterior em 16 anos em setembro.
Segundo o BC, na parcial dos nove primeiros meses deste ano, a conta de transações correntes registrou déficit de US$ 6,476 bilhões, o que representa uma queda de 82,3% frente ao mesmo período do ano passado (-US$ 36,748 bilhões). Esse foi o melhor resultado para o período em 13 anos.
Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de um déficit menor das contas externas, de US$ 10,2 bilhões, por conta da pandemia do novo coronavírus. Se confirmado, será o melhor resultado em 13 anos.
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Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 28,554 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Com isso, houve queda de 45% frente ao mesmo período de 2019, quando somaram (US$ 52,032 bilhões).
Mesmo assim, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no acumulado deste ano (US$ 6,476 bilhões).
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
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Somente em setembro, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 1,597 bilhão, com forte recuo frente ao mesmo mês de 2019 – quando totalizaram US$ 6,033 bilhões.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 73,504 bilhões, com pequena alta frente ao ano anterior.
Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 50 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira, o menor valor em 11 anos.