Brasília foi palco nesta segunda-feira (19) de mais uma tentativa de ajuda do Brasil à reeleição de Donald Trump, com a assinatura de um acordo comercial que vinha sendo negociado desde 2011 e reduz burocracias para empresas dos dois países.
A 15 dias de eleições presidenciais indefinidas nos EUA, o Brasil abriu espaço para o discurso de Trump – trazido por auxiliares – de enfrentamento com a China. Hoje, o principal interesse dos EUA no Brasil é influenciar a decisão sobre o leilão da tecnologia 5G, previsto para o primeiro trimestre de 2021.
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Em encontros com empresários e governo brasileiro, o conselheiro de Segurança Robert O'Brien afirmou que as empresas chinesas não são confiáveis para fornecer tecnologia para a nova frequência.
Nesta terça, O'Brien tem reuniões marcadas com o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), e com o presidente Jair Bolsonaro.
A disputa pela nova frequência é peça importante na guerra entre EUA e China pela dominância econômica.
Na tecnologia do 5G, os EUA estão em desvantagem técnica e, por isso, têm usado pressionado vários países na tentativa de bloquear a entrada deles na nova frequência.
Apesar de encontrar eco no governo brasileiro, tanto entre apoiadores de Bolsonaro do chamado "núcleo ideológico" e também entre militares, técnicos do governo defendem uma decisão técnica em relação aos termos do leilão, que ocorreria neste ano e foi adiado.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Os EUA vêm em segundo lugar. Mesmo assim, o governo brasileiro tem abandonado a neutralidade em diversos momentos para apoiar Trump nos ataques aos chineses.
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