Índice Stoxx 600 Europe terminou o dia em queda de 0,28%, em Londres, o FTSE 100 recuou 0,59% e o DAX, de Frankfurt, cedeu 0,42%. Os principais índices acionários europeus não conseguiram sustentar os ganhos apresentados no início da sessão desta segunda-feira (19), quando as esperanças de estímulos fiscais nos Estados Unidos davam impulso aos ativos de risco globais, e terminaram o dia queda.
Os receios sobre o avanço da pandemia de Covid-19 em solo europeu seguem pressionando as ações do continente, segundo analistas.
O índice Stoxx 600 Europe terminou o dia em queda de 0,28%, aos 366,44 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,59%, aos 5.884,65 pontos. O DAX, de Frankfurt, cedeu 0,42%, aos 12.854,66 pontos e o CAC 40, de Paris, desvalorizou 0,15%, aos 4.928,66 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,08% e, em Madri, o IBEX 35 subiu 0,15%.
Os investidores globais voltam novamente suas atenções para Washington, onde democratas da Câmara, republicanos do Senado e a Casa Branca continuam tentando chegar a um consenso para oferecer ajuda adicional a empresas e famílias atingidas pela pandemia de Covid-19. Nancy Pelosi, principal negociadora democrata, deu o prazo de até terça-feira (20) para que o acordo seja alcançado, para ser aprovado antes das eleições de novembro.
A expectativa até sustentou certo otimismo nas bolsas europeias e em Nova York no início da sessão, mas os índices não demonstraram fôlego e passaram a recuar. Segundo analistas, o aumento no número de casos de Covid-19 na Europa segue pressionando os ativos locais, já que as novas medidas de restrição devem pesar na recuperação econômica local.
Europa se mobiliza para conter segunda onda de infecções.
"Os governos até agora se abstiveram de impor medidas drásticas de contenção, recorrendo a bloqueios regionais, mas a situação está aumentando a pressão sobre o problemático setor de serviços. Os mercados ainda não entraram em pânico, pois as taxas de hospitalização continuam baixas, mas estão ansiosos porque isso pode mudar mais rapidamente do que temiam", afirmou, David Alexander Meier, economista do Julius Baer.
Segundo Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, o aumento quase vertical de casos na Itália, Áustria e Suíça gerou novas restrições ao setor de lazer e aos encontros de pessoas, anunciadas no fim de semana.
"As hospitalizações na maior parte da Europa estão crescendo em uma taxa acelerada e as mortes também estão aumentando, embora ambas permaneçam bem abaixo de seus picos na primavera", disse o analista.
China
Dados da China apontaram que a economia cresceu 4,9% no terceiro trimestre. Embora tenha ficado aquém das expectativas, o crescimento chinês está, agora, mais próximo das previsões feitas no início do ano, antes que a pandemia começasse a se espalhar pelo globo.
PIB da China cresce 4,9% no 3º trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019
É o cenário oposto ao europeu, onde "a última rodada de toques de recolher relacionados à Covid-19 ameaça descarrilar qualquer progresso econômico que tenha sido feito", disse Richard Hunter, chefe de mercados da Interactive Investor, em uma nota aos clientes.
No noticiário corporativo, a semana de lucros começou movimentada, com resultados de várias empresas do continente. As ações da Julius Baer fecharam em alta de 6,17%, após o grupo bancário suíço ter relatado aumento dos ativos sob gestão e da margem bruta.
A Philips caiu 3,87%, mesmo após ter anunciado que o lucro líquido do terceiro trimestre superou as expectativas. O grupo holandês de tecnologia médica disse que a empresa tem como meta o crescimento acelerado das vendas e maior lucratividade no período de 2021-2025.
A Danone subiu 0,26%, após ter relatado vendas no terceiro trimestre que ficaram aquém das expectativas dos analistas. A gigante dos alimentos, contudo, restaurou sua orientação de lucros para o ano e apresentou uma ampla revisão organizacional e de portfólio.